26 de fevereiro de 2015

Eu não acredito em guarda-chuvas.

Eu não acredito em guarda-chuvas.
Primeiro por causa de sua pífia teoria de que alguns pedaços de arame, amarrado com um tecido impermeável, consegue segurar toda a força de uma tempestade; E se nessa altura do campeonato o homem ainda acredita que pode derrotar a força da natureza, bom... O choro continua sendo livre.
E na realidade o guarda-chuva é um tremendo de um empecilho, pois deve-se ter sempre um guardado na bolsa ou mochila, ou seja, sempre terá um peso constante nas costas.
Como dizia Saul Goodman: “Advogados... são como um plano de saúde. Espero que você nunca precise deles. Mas, cara, não tê-los? Não”. Mas será que um guarda-chuva realmente vai mudar o fato de ficar molhado ou não?
E algumas "coincidências" (sim, entre aspas) sempre costumam acontecer, como por exemplo, só chover nos dias que você sem querer tirou o guarda-chuva da mochila, ou até mesmo saiu de casa só com a carteira e o celular no bolso. Essas ocasiões só fazem a gente se sentir mal, com aquela sensação de incompetência e deficiência que ninguém deveria sentir.
Sem contar que, quando chove, usamos o guarda-chuva, e temos que entrar em algum lugar, como no ônibus, trem ou até mesmo em algum estabelecimento, o guarda chuva começa a respingar água e molhar tudo e todos, deixando aquele rastro de água, apenas esperando algum desavisado pisar torto e escorregar. E sempre terá alguém que vai olhar feio para você como se você fosse o culpado do dilúvio lá fora.
No final das contas, quando a chuva está muito forte, sempre se para de baixo do primeiro ponto de ônibus e espera a chuva passar, e quando é uma garoa boba, não faz mal nenhum se refrescar com as águas do céu.
Hoje por exemplo, tinha acabado de sair da estação de metrô e fiquei na fila do ônibus, quando de repente toda a água do céu despenca sobre os pobres humanos paulistas. Me recolho, e já penso em esperar um pouco de baixo da banca de jornal ali próxima, quando uma garota branca, loira do cabelo liso, dessas que vemos em todo lugar mas que não deixava de ser muito bonita, diz:
- Quer carona? - Oferecendo seu guarda-chuva.
Naquela hora a única coisa que consegui pensar foi: Deus, ainda bem que eu não acredito em guarda-chuvas.

4 de fevereiro de 2015

Anestesia

O problema da loucura, é o tormento da sanidade.
Estar vivo com os olhos aberto não ajuda em nada.
Não tente sentir, só piora a condição.
Se tentar, não será sozinho,
pois é nesse momento que entram as drogas,
onde uma pequena tragada,
picada,
e até um amargor na boca,
serão as únicas coisas que você sentirá por muito tempo.
Boas ou más,
não importa mais.
Então vem o vicio,
não da droga,
mas das sensações a muito perdida na sobriedade de sua vida.
Comece a se preocupar quando não souber se está acordado ou dormindo,
se está bem ou se está mal,
se está louco ou se está são.
Perguntas só gerarão mais perguntas
e a resposta inevitável,
dolorosa e vil,
será lembrada em todos seus míseros pequenos e inúteis ataques de ansiedade
de que
nunca houve momentos bons.
A solidão te circundei-a,
torça e grite pela morte, como sendo a solução
pois até agora nada preenche o vazio,
e ninguém responde nada nessa louca sanidade.