30 de junho de 2014

Sobre FIFA World Cup Brazil 2014 - 4/7

- Eu tenho 7 anos. 
- 10. 
- 8. 
- E a gente quase viu o Brasil perder pro Chile!

Minas Gerais, 28 de junho de 2014, começo do mata-mata da copa do mundo. Famoso tudo ou nada.

Logo ali no hino nacional dos chilenos, o povo brasileiro sempre muito bem respeitoso os vaiam... Chi-chi-chi le-le-le.
O jogo começa devagar, sofrido, O sol mineiro está castigando em pleno 27°.
Lançamento de menino boleiro Neymar, bate na cabeça do Thiago, que da-le David Luiz! VAI QUE É TUA! É GOOOOOO....Perai, foi gol dele mesmo?
Menino ator boleiro Neymar dá um duplo mortal pra trás e bate na cabeça no chão por causa de um esbarrão em Vidal.
Bruna Marquezine dando aulas.
No ataque chileno, o Brasil não marca ninguém, e vem Sanchez sozinho no meio da pequena área. Julio Cesar se estica mas não tem jeito, empata.
Marcelo joga bem, a força dessa zaga está nos cabelos.
No finalzinho do primeiro tempo o jogo começa a ficar sofrido. Em oitava não existe empate.
Aos 39 Fred aparece na área com Neymar, e chuta longe!
PUTA QUE O PARIU, É O PIOR CAMISA 9 DO BRASIL!
Daniel Alves chuta de longe.
Nos acréscimos, saída de bola errada do Julio Cesar gera montinho na área. O Brasil sente o 2x1. A torcida vaiou.
Com o ar de "presta mais atenção", o primeiro tempo acaba com um pedala que o Fred toma. RS.
Hulk domina e chuta feio... Não foi gol! Mentira! Que gol horroroso!
Nem... Juiz falou que ele dominou com o braço. E toma amarelo ainda. lance Polêmico.
 - Arnaldo Cesar Coelho?
 - FOI OMBRO! FOI OMBRO! Ombro não é braço! FO'MBRO!
Sai Fred entra Jô!
Chile vem com tudo. Com a mão esquerda Julio defende uma bomba.
Como diz Galvão "é perigoso ver o goleiro brilhar muito no jogo". É o único jogador que se não fizer nada é um bom sinal.
Todo mundo está preocupado. Brasil tem que reverter o jogo, mas já passou da metade do segundo tempo. O fantasma de '50 assombra a todos, mas temos medo de falar em voz alta.
Derrubam Hulk na área.
Jô tava com a bola no pé, a que Hulk mandou, mas ele cai. O Fred teria acertado.
Chuta Hulk, chuta Marcelo. Quando se discute onde está o Neymar, ele chuta.... Goleiro defende.
Menino boleiro Neymar está com dor o jogo todo.
E pronto... Entramos na prorrogação.

--- Prorrogação

O incrível Hulk corre com força. Cai perto da área. A prorrogação começou.
Na cobrança da falta Neymar cobra, todos ficam tensos, Chuta mal. O chile está embaçando.
E esse pé alto do Jô? Quase decapitou o goleiro chileno!
Aos 15 minutos, Daniel Alves toma um amarelo de uma falta que não existiu. Esse juiz tá comprado pelo Chile, não é possível!
Entra William no lugar de Oscar. Felipão não quer ir pros pênaltis.
Mas depois da bomba na trave do chile, no último minuto da prorrogação, não adianta, vamos para a reta final!

--- Pênaltis

David Luiz!
JULIO CÉSAR!
Com o goleiro no chão, William consegue errar.
JÚLIO CÉSAR!
-Se eu pudesse dar um beijo nesse cara, eu dava - Grita meu pai.
Marcelo.
Chile marca e Hulk é defendido.
Julio César se concentra, mas não defende do chile camisa 20, Tudo fica igual. 2x2.
Menino boleiro Neymar... Corre... Dá uma paradinha... CONVERTE!
Aponta para Júlio César e diz que agora depende dele.
Chile 18 olha fixo... Chuta...
TRAVE! TRAVE! TRAVE! TRAVE!
TRAVE! TRAVE!
   TRAVE!

QUARTAAAAAS!

28 de junho de 2014

Sobre FIFA World Cup Brazil 2014 - 3/7

Crônica atrasada, assim como o gol do Fred.

Estávamos tensos.
O que parecia um jogo tranquilo contra o México, foi um grande sofrimento.
Mas também estávamos tranquilos.
Camarões não tem a tradição e o molejo que a seleção Brasileira tem, e acima de tudo, eles não tem menino boleiro Neymar. A estrela. 
Entra galera em campo, o hino nacional sempre muito emocionante, aos berros a capital treme.
E lá vem Fred... de bigode?
Cristiano Ronaldo já provou que cabelo bonito não faz futebol... Mas será que Fred quer provar que sua força está em seu bigode?
PUTA QUE O PARIU, É O PIOR CAMISA 9 DO BRASIL! FRED!
Gritava todos no vale do Anhangabaú.
Neymar faz gol, e 5 minutos depois Camarões empata.
De que adiantou todo esse futebol arte pra uma coisa dessa me acon... Olha esse menino boleiro Neymar, me vem e me faz outro gol? GOLAÇO!
O segundo tempo chega, e 4 minutos depois o grito muda: PUTA QUE O PARIU, É O MELHOR CAMISA 9 DO BRASIL! FRED!
O jejum finalmente acabou!
Toda aquela sacanagem, aquelas brincadeiras, tudo ali foi descarregado! Fred se redimiu de todo crime que um dia tenha cometido!
Quem levou o time nas costas sai com dor na perna. Justo.
Verdade que não foi apenas ele que marcou, mas nos momentos mais difíceis, Neymar apertou, e converteu naquilo que todos esbravejam. Vai lá menino de ouro boleiro.
E já estava bom, Todo mundo estava feliz ou bêbado, 3x1 é um ótimo sinal. não precisava de mais.
MAS, a seleção estava com fome. Fernandinho estava com fome.
Entrou.
GOL!
Fez mais em 4 minutos do que Paulinho na vida toda.
Pois é, pois é, o orgulho nacional voltou com tudo...

E agora?
CHI-CHI-CHI LE-LE-LE.

20 de junho de 2014

Quando o Menino da Favela Vai na Festa

Quando favelado, menino pobre, vai nas festas de galera rica fica bobo.

Peterson estava assim.

Graças à programas de incentivo acadêmico, para pessoas carentes irem para a faculdade, que conheceu Grace e Flávio. Grace é da zona sul. A mãe é uma perua, todo dia vai pro shopping Iguatemi com seu chiu auau para tomar o chá das cinco. Uma lady. Flavião é um santista roxo da zona norte. 3° a esquerda subindo a Voluntários. Gente boa.

Já Peterson pega trem. Todo dia ele faz tudo sempre igual, e acorda as 6 horas da manhã. Taipas, o lado obscuro de São Paulo. Nem sabe se ali é Caieiras ou se já é a cidade grande, mas a zona oeste treme perante Taipas.

Wellington, amigo chegado de Pete lá da quebrada, levou uma facada na cabeça por causa de pó. 7 pontos na testa. Tá sem beber, só tomando antibiótico.

E foi lá, na sala de ciências contábeis que se conheceram. Pete conheceu Flávio no bar, Grace pedindo cola do razonete na prova de quinta passada. Ela chamou e todos colaram. Pete tava sem dormir, e seus planos era voltar pra casa naquela sexta a noite. Mas mudou de ideia.

Era aniversário da amiga da irmã de uma conhecida de Grace. Ela mora bem, num apêzinho apertado ali na Liberdade. Cada um levava uma bebida e pronto, Pode colar, mas sem arrastar. Bem vindo a festa. Feliz 23 anos.

Tinha nego de todo canto. 

Mano com boné P27, do pagode da 27, lá do Grajauex. As minas da zona leste estavam visivelmente uniformizadas com modelos claramente adquiridos nas lojas de surf do shopping metrô Tatuapé. E óbvio, a galera da gaviões. Playboyzinho ali de Perdizes e Pompéia ostentando Red Label com as patricinhas da Vila Maria: Todas loiras com bota sertaneja. Uma tava implorando pra eles leva-las no show da Maria Cecília e Rodolfo lá no Vila Country. Sem contar os cachorros de Francisco Morato que estavam em todas.

O clima tava pesado. Ou como o estoquista do trabalho do Pete diz: Elas estavam em peso!

Festa estranha com gente esquisita, Pete não tá legal, pede para tomar birita. 

Chegam os três no balcão da cozinha, colocam na pia os três engradados de cerveja, a catuaba e os dois reais de limão que compraram no mercado antes de chegar. A galera entra em delírio. Cada um enche o copo com algo e brindam a noite.

Grace já logo cumprimenta a aniversariante. Fala com os meninos com desdém. Metidinha a italiana, no facebook está: Mora em Roma... Santa paciência.

Flávio chamou para colar com os manos de Pirituba porque o negão de Grace tinha acabado de entrar no recinto. 

O cara era grande. Peito largo e estufado, um braço malhado que ele fazia questão de mostrar com aquela pólo vermelha grudada no corpo. Para dar aquele brilho, uma corrente de aço, e um brinco de diamante na orelha esquerda. Presença, chegou o negão, cheio de paixão, e é só da Grace, só da Grace, só da Grace...

O beijo que ele deu nela fez Peterson se assustar. Na quebrada é feio uma fita dessa. A aniversariante até se assustou. Flávio riu.

Trocaram dois minutos de ideia e foram pro quarto menor. Sumiram.

Apareceu Paolo, bem louco de lança. Disse que já tinha beijado dois. Flávio olhou o relógio e nem meia noite era.

Peterson perguntou das minas, Paolo deu risada, era o que mais tinha ali. Peterson apontou para a hippie ruiva, com botinha e vestidinho floral, cheia de sardinha no rosto. Certeza que deve fazer história na USP. Paolo disse que a conhecia, Flávio deu risada porque ela tinha uma amiga morena. Negona gostosa, exatamente o que Flávio mais gosta. Paolo foi falar com as duas com um olhar malicioso.

Peterson queria um violão, dependia de música. Na quebrada ou você ocupa a mente com coisa boa, ou vai fumar pedra. Peterson aprendeu a tocar violão. Música era tudo pra ele. Peterson pensava música.

Trombaram a galera do skate da Roosevelt e as minas da Mooca. Peterson tomou mais dois copos de soda com vodka e Flávio só ficou na cervejinha mesmo.

Grace sai do quarto descabelada. Dá o celular pra Peterson e diz que se alguém ligar é pra ele atender e dizer que ela está dormindo e que depois liga. Nem esperou a resposta do amigo, e foi correndo pro quarto. Peterson colocou o celular no bolso e esqueceu.

Os meninos nem escutaram, Paolo estava voltando e disse que a ruiva curtiu mesmo o Flávio. Pete podia tentar a morena. Peterson desanimou, fumou um cigarro, e foi pra rodinha das meninas no pé de Paolo e Flávio. Naquela hora, Peterson só pedia a Deus por um pouco de malandragem.

Ana, 23, Tucuruvi, gosta de sambar e é gostosa pra caralho. manda bem na conversa, mas desde o começo deixou claro que não queria nada. Inventou uma ladainha gigantesca. Disse que tava brigada com o namorado que mentiu pra ela dizendo que foi fazer trabalho extra em Taubaté, mas ela sabia que ele estava numa balada em Moema.

A aniversariante ficou tão nervosa quando soube que tinha gente transando no quarto dela, que entrou sem pedir licença. Quando a porta se abriu, Grace estava montada em cima do Negão da hora que solancava a pequena pra cima. A italiana que mora na liberdade ficou vermelha de vergonha, bateu a porta com tudo e gritou um pedido de desculpa. Quase ninguém da sala viu a Grace pelada, mas todo mundo escutou o grito da aniversariante.

Deu cinco minutos o casal estava na cozinha bebendo como se nada tivesse acontecido. Peterson viu que dali não ia tirar nada, e Flávio tava falando na fissura com a ruiva. Foi pra cozinha.

Os dois estavam suados. Grace a ponto de pingar. Não deu nem tempo de Pete perguntar o nome do negão que uma loirinha, uma daquelas da Vila Maria, chegou com força pendurando no pescoço de Pete. Pelo bafo dela já estava pra lá de Bagdá. Whisky que não acaba mais. Começou a dizer que gostava de sertanejo, perguntou se ele sabia dançar, disse que queria mesmo estar na balada, mas já que não tava, ia aproveitar os gatinhos daquela festinha mesmo.

Peterson aproveitou a deixa e a beijou intensamente. Seus peitinhos redondinhos roçavam em Peterson enquanto ela trançava as botas sem rumo. Encaixou ela no armário, e meteu as mãos nas ancas dela. Ela rebolava e dançava. Legitimamente embriagada.

Grace viu, e chamou os dois para irem pro quarto maior, onde tava passando um filme e tinha um pessoal assistindo. Lá dava pra dar uns amassos. O famoso quarto da derrota, depois de um baseado, se joga na cama e dorme. Chacina.

Flávio já estava beijando a ruiva com força. Ana, a morena amiga dela, estava contando o mesmo drama do namorado para outro cara.

Pete e a mina chegaram no quarto, e viram um casal dormindo na cama, e uma garota sentada no canto do quarto. Pete sentou na beirada da cama com a loira, e Grace e o negão já se enfiaram no cantinho, do outro lado da cama onde já não tinha mais campo de visão.

Pete soltou a mão boba e a menina liberou. Perguntou o nome dela, mas a insanidade da cachaça estava tão alta que ela respondeu: Onde as vacas fazem a curva. Ele foi soltando os botões da camisa xadrez dela, e quando vislumbrou o rosa do sutiã trançado dela, entrou o Grego do intercâmbio perguntando da Stella... Quem é Stella?

Ele foi embora, e quando Pete voltou a mão pros seios dela, ela não deixou mais, fechou a blusa e abotoou a camisa, não quis mais beijar ele e começou a prestar atenção na televisão. Pete se revoltou, quase dormiu vendo seriados. A mina dormiu no braço dele, e de repente começa a escutar um chup chup do lado da cama. Olha pro lado, e vê o negão revirando os olhos e a cabeça de Grace entre as pernas dele.

Pete deixou a menina na cama, saiu, e encontrou Flávio sozinho na cozinha com um copo de jurupinga com pouco gelo. Ele disse que tinha pegado a ruiva, e quando ela foi no banheiro pediu o Whatts da morena. Já até marcaram um rolê pro domingo. Os dois riram quando Pete contou que deixou a loirinha dormindo do lado do sexo oral.

Pete foi mijar, e quando estava na fila viu Grace e o negão saindo do banheiro juntos. Quando levantou a tampa do vaso, viu uma poça de esperma do lado do cesto. Enjoou. Saiu correndo pra contar pro Flávio, quando viu ele no mesmo canto da cozinha se despedindo da ruivinha e da morena. Correu, e se enturmou no papo.

Verônica, 24, gaúcha, faz história na USP. Peterson se reprimiu de tesão quando escutou aquele sotaque gostoso da ruiva historiadora.

Ela disse que tinha que ir porque seu namorado estava esperando ela na porta do prédio para busca-la. Nessa até Flávio se assustou. Deram um último beijo e ela desceu as escadas sozinha.

Ana ficou conversando com Flávio limando Pete da conversa. Peteson percebeu que não era bem vindo, e foi procurar Grace, e quando a encontrou, disse que já estava indo embora também, Ela estava indo pra casa dele. O negão era forte, depois de transar em todos os cômodos, ainda tinha mais na casa dele.

Peterson ficou ali parado com as mãos no bolso olhando para os lados. A música era boa, a casa estava cheia e o pessoal animado, mas Pete não estava feliz. Viu que já era quase cinco da manhã, e que já tinha ônibus para ele voltar pra quebrada. Flávio já estava atracado com Aninha. Não conhecia mais ninguém.

Pete tava cansado. Tinha trabalhado pra burro naquela semana, não voltava pra casa já fazia mais de oito dias. Um rolê emenda com outro, que emenda com o trabalho e assim por diante. Não sabia o que era dormir bem à muito tempo. Agradeceu por estar de folga naquele sábado, poderia chegar em casa e dormir até tarde. Longe de casa, há mais de uma semana, dias e dias distante da sua mãe. Resolveu ir embora.

Enquanto saia viu Paolo vomitando pela janela, a aniversariante estava maluca com isso. Deu um abraço forte em Flávio e o lembrou da prova de segunda feira.

Desceu a escada, e viu como a noite estava bonita, decidiu ir andando até a Sé. A cidade estava completamente vazia, toda iluminada com uma leve neblina. Levantou as golas do blusão e saiu fumando seu cigarro pensando na noite boa que teve.

Assustou com o vibrar de um celular que não era seu no bolso. Grace tinha esquecido com ele. No visor estava escrito "mãe". Atendeu e escutou uma senhora sonambula perguntando que horas ela ia chegar em casa. Peterson não disse nada e desligou o celular. Colocou no bolso e pensou que na favela um celular daquele valia mais de 10 pedras. Na segunda ele ia devolver pra Grace.

Cruzou o marco zero na frente da catedral e desceu a escada do metrô.

O caminho era longo de volta pra favela.

18 de junho de 2014

O Segredo das Mulheres Apaixonantes #24 - Fernanda

Até alguns dias atrás eu nem sabia o seu nome. Prósperos são aqueles que te percebem, sentem seu cheiro, vêem seu sorriso imundar de luz o ambiente.

Fernanda.

Gostaria de ser intimo e te chamar de Fernandinha, mas de você nada sei. Sobra para o Babão te ver passar e aplaudir todos teus doces movimentos e manobras.

Lisa, corpo pequeno, se encaixa perfeitamente sobre meu colo, como dois blocos de brinquedos. Carinho sobre sua nuca salivar, desço pelas costas livres e gostosas, sem nenhuma marca aparente.

Queria apenas que você estivesse ciente do quanto eu me esforçaria para te satisfazer. Prazer imundando, como uma tulipa de chopp espumante vazando pelas bordas pois é conteúdo demais para seu pequeno corpo.

Sua mão macia, sempre bem cortada, aparada e pintada. Vaidosa, se cuida bem. Não precisa de muito para ficar bonita. Cheirosa.

Te vejo andando livre com seus leves vestidos monocromáticos de renda artesanais. Em dias mais sérios, salto alto, calça social e blusas de mulher. Fina, luxo.

Fernanda Precisa. É carente.

Ver seu lombo a cavalgar sobre mim, iluminada pela luz. Sobe e desce. Seus seios voluptuosos, na medida da palma correta, seu mamilo rígido a ponto de sublimação. Seu cabelo deslizando sem rumo, e você subindo e descendo, com fome insaciável, para então explodirmos. Te lavar com meu mel por entre as pernas e cair pra trás, respirar, e estar pronto para a próxima.

Gostaria que soubesse do que te dei, estou dando e vou dar. Me tornar dia a dia, dependente de mim. Um vicio frenético, ficar insana pela próxima dose.

Estou aqui Fernanda, basta você olhar.

17 de junho de 2014

Sobre FIFA World Cup Brazil 2014 - 2/7

O Fatídico segundo jogo da seleção Brasileira.

Sufoco. Muralha.
Se tem duas palavras que definem o jogo do Brasil contra o México, são essas duas.
Desmerecemos o Brasil por não apresentar aquele futebol arte que vimos com a Holanda, Itália e Alemanha...Mas no final das contas quem é penta campeão? Eles não!
E sinto que não foi por falta de vontade. Todo mundo ali tava com fome, queria ver gol!
Menino boleiro Neymar... Não chores, a culpa definitivamente não é sua.
Alias, nenhuma das duas seleções merecia sair de Fortaleza com aquele amargor do empate com gosto de derrota... Não. México mandou bem também!
Em melhoras digo para o México: pontaria, para o Brasil: OCHOA - assim mesmo em caixa alta para representar o muro.
Antes de começar tomei Tequila para homenagear nosso adversário... Fiquei bêbado. Muito Bêbado. Então começou a saga...
E que saga...
A começar com o hino... Olha o orgulho da nação, das apostas a seu favor. Cantávamos aos berros! Fiquei rouco.
Começou com a bola na rede de fora... Foi fora mesmo? - Indagou o juiz. Não desista Oscar. Ainda tem jogo.
Neymar de cabeça.... Goleiro!
Enquanto isso o México só atira de fora da área... Dessa vez era quase meio de campo!
O time desiste, fica cabisbaixo, acorda na Falta de Neymar. Ele chuta diretamente para... Para... As mãos de Ochoa. UHHHHHH!
E o tiro final fica com Thiago Silva, com aquela cabeçada inacreditável... Alguém poderia me explicar como se defende um lance daquele? Pela cara do Goleiro, nem ele sabe!

Fiquei tenso com Marcelo... Gritava que o gol era do outro lado.
E o Huck hein? Como teria sido com ele?

14 de junho de 2014

Guardanapo Beijado

Foi pelo um guardanapo molhado
que me fez te conhecer.
Morena tropicana,
curta de pernas,
olhar arrebatador,
sua pele negra
em contraste com seu batom escarlate.
Que morena estonteante!
Marota.

Com a próxima rodada
veio o guardanapo beijado.
Não entendi,
o garçom deu risada -
"Pilantra sortudo" - sussurrou.
Sim, eu fui,
pois de todas elas, tu era ela.
No guardanapo você me indagou
o motivo de ainda estar distante de ti.

Respondi e me aproximei,
maroto.

12 de junho de 2014

Sobre FIFA World Cup Brazil 2014 - 1/7

Aquela abertura pífia.
O Impressorão.... Quer dizer, Itaquerão estava colorido. Nem parecia estádio Brasileiro.
Trem da Luz direto pra Itaquera. Pasmem:19 minutos!
Que maravilha nosso transporte público!
Aí começa o jogo com um gol contra - CROATIA: MARCELO 7"
MARCELO, hahahahhahaha sua cara de choro ahahhahahahahaha
Cadê o menino boleiro Neymar?
Gol.
Poutz... Gol da Croácia... Não valeu? Porque não seu juiz?
Ué... Só não valeu ok? Ok!...(?)
Pênalti pro Brasil (Comemoração)... comemoração?
Tem certeza que foi pênalti Arnaldo?
Menino boleiro Neymar... Gol!
Sai Hulk, entra Oscar.
Esse manja.
4 minutos de acréscimo... Ué, o jogo nem parou, nem acréscimo precisava... Perai, perai perai... OLHA A HABILIDADE:
GOL!

Enfim... Pelo visto copa vai ter, mas ta comprada ou nem?

11 de junho de 2014

A Surpresa de Susu

Noite de poker sempre foi a noite preferida dos caras do escritório.

Consistia em ir pra casa de alguém, ver o jogo bebendo cerveja, e depois jogar poker até umas 2 ou 3 da manhã bebendo o melhor que o whisky pode dar. 

Quase sempre as quartas, com suas variáveis nas quintas e nas raras terças. Sexta, sábado e domingo são dias nobres, onde cada um já tinha o compromisso de sair com a esposa ou namorada, ficar com a família, ou para os desafortunados, cuidar das crianças. Segunda-feira nunca foi leva em consideração.

Alguns estavam ali sem ter precisado dar nenhuma satisfação, eram os solteiros ou os que ainda moravam com os pais. Outros estavam ali em estado de "permissão consensual" , os casados e que namoram avisaram as companheiras sobre onde encontra-los naquela noite, e elas deixaram sem reclamar. Também tinha os que estavam sob "permissão muquiada" onde o individuo dava uma desculpa qualquer, e a pobre coitada acreditava.

As desculpas variavam desde "tô fazendo cerão no escritório" até "a madrasta do meu primo está internada em estado grave, você não quer vir né? Vai ser chato!". "Você vai ficar chateada se eu não for mômô? Tô tão cansada, fique o tempo que precisar". Tadinhas.

Todos os caras davam risada. Um mais cara de pau do que o outro.

Célio estava ali de birra mesmo. Chegou na crise dos 5 anos, e não admitia ter que mentir para a mulher. Cerveja e salgadinho com os amigos? Faça-me o favor de ter que pedir autorização né? Se fosse num barzinho ou balada tudo bem, mas não, só tinha cueca naquela mesa.

Célio não trabalhava com nomes. Nem podia. Por isso existe "os caras, a entidade".

"Os caras" é estabelecido a partir do momento que você se julga um dos culpados pelas piadas e apelidos que rola entre os amigos. Sempre quando alguém fala "os caras tão falando..." pode ter certeza que, o que for dito ali, é esse alguém quem está dizendo, e não os caras propriamente dito.

A piada da vez era sobre o esmalte que um deles tinha passado. Célio virou para ele e disse:

 - Os caras tão perguntando desse esmalte ai na sua mão fera...!

Ninguém tinha reparado, apenas Célio, mas todo mundo deu risada:

 - É base cara... Minhas unhas são frágeis... - Respondeu sério.

Todo mundo voltou a dar risada. Como diz a frase: Eu sou tranquilo, o problema são os caras!

Próxima rodada na mesa! 

Vira um rei, todo mundo tá com carta na mão. Antes de Célio olhar suas cartas, alguém interrompe seus movimentos com uma questão:

 - Alguém aqui comia a Tábata?
 - Do escritório?
 - Nossa... eu comia fácil!
 - Pra falar bem a verdade, poucas dali que eu não comia... Quantas mulheres tem lá?
 - Contando a D. Glória? - Risos - Contando, dá 10!

Em ordem alfabética: Andréia, Bruninha, Carol Shevan, Fabíola, Glória, Karol Conk,  Müller, Nina, Susu e Tábata. Célio conhecia todas. Poucas ele não comia:

 - Eu morro de tesão na Bruninha... Vô te falar, aquele peitinho me deixa pulsando!

Todos concordaram. A Bruninha era a mais nova de todo no escritório, 23 aninhos, magrinha com cabelo até a farta bunda, dois peitinhos que parecem dois melõezinhos prontos para serem chupados:

 - Quem eu não como nem fudendo é a Susu. - Disse Célio categórico.

Gordinha de cabelo crespo com chapinha, baixinha, com um andar meio torto. Todos concordaram:

 - Ah...Eu deixo ela em último lugar então. Pra mim, sentou na guia, bateu no chão, eu desço rola! - Gritou alguém do outro lado da mesa.

Todo mundo riu, e logo em seguida veio a proposta mais indecente da noite:

 - Vamos fazer uma lista então!
 - Pode crê... Tipo um top 10!
 - Mas como vai funcionar? Por voto, ou cada um faz a sua?
 - Vamos fazer umas regrinhas então!
 - Sim. 
 - Tem que poder eliminar pelo menos uma então...
 - Aquela que você não quer ver nem de biquíni.
 - Podemos separar elas por classe. Classe A, Classe B e Classe C.
 - Melhor... Classe A, Classe B e Nível Hard Core.

As regras eram tantas que até confundia. Todo mundo dando opinião e inventando coisas. Tudo isso para uma lista das mulheres mais gostosas do escritório. Que anti ético. 

No nível Classe A ficou a Bruninha, Karol Conk e a Nina. Na Classe B ficou Tábata, Andréia e Müller. E no Hard Core Susu, Carol Shevan e Fabíola. D. Glória definitivamente saiu da lista como a mais votada em não ser votada

Então começou a votação:

 - A Bruninha sem Dúvida fica no 1º lugar com conforto. - Anunciou Célio - A questão agora é na Conk e na Nina.

Nina era uma loira esguia, magrinha, mas esbanjava sexy apple com aqueles vestidinhos curtos florais que só ela sabia usar. Karol Conk é a típica mulher brasileira, uma negra maravilhosa com a bunda mais gostosa que essa galáxia já viu.

A turma se dividiu:

 - Eu só penso na Conk de quatro... Cavalgando... Que delicia aquela morena!
 - Mas pensa na Nina tirando aquele vestido olhando pra você com aqueles olhos verdes eternos...
 - Mas você tem que se decidir, ou fode bunda ou fode olho!

Todo mundo caiu na gargalhada. Célio tava levando a sério aquela votação e pediu foco de todos. Conk ganhou de Nina.

 - O duelo agora é de Classe B. Tábata, Andréia ou Müller?
 - Andréia - Gritaram todos.

Ela era feia mas sabia ser gostosa. Cada dia com um fio dental mais cheiroso que o outro. Tábata era Gordinha mas não perdia o rebolado. Seu peso era dividido entre o corpo, o que dava um aparência estranha, mas ela ganhava no peito... Que peito. 

E por fim Müller, não tinha um corpo definido, meio molenga, mas não era gorda. Aparelho no dente e uma olheira pesada. mesmo assim decidiram Müller do que Tábata:

 - Vamos pensar nos peitos da Tábata né gente! - Alertou alguém.
 - Prefiro aquele boquete de ferro mesmo!

Então vem o último nível, porém não o menos importante. Fábiola era quase uma anã, se vestia mal, e as más línguas dizem que ela fede. Carol Shevan até era bonita, mas não tinha peito nem bunda, uma verdadeira tábua, e isso era demais pros caras. Além das duas, entrava tambem a Susu nesse nível.

A discussão foi longa e agressiva. Susu que estava em último na cabeça dos caras já estava em 3º lugar. A briga mesmo foi com Carol que ficou em 2° e a Fabíola que ficou como lanterninha.

 - E no Ranking final fica - Grita Célio para acabar com a discussão.

1º - Bruninha
2º - Karol Conk
3º - Nina
4º - Andréia
5º - Müller
6º - Tábata
7º - Susu
9º - Carol Shevan
Desclassificada - D. Glória.

Todos olharam para aquela lista satisfeitamente insatisfeitos. Tava tudo certo mas tava tudo errado. Tinha alguma coisa errada que ninguém estava engolindo. Tinha alguma coisa faltando.

Se entreolharam aflitos. Célio estava tenso, suando frio, quando finalmente escuta alguém falando: 

 - Na moral hein... Eu prefiro comer a Susu do que a Tábata.

Aquilo imundou todo mundo.

 - Gordinha por gordinha eu também.
 - Aquela Tábata tem cara de quem não se lava direito.
 - A Susu se arruma pelo menos.
 - Se você for ver bem de perto, ela até que dá um caldo.
 - Você viu ela de bota hoje?

Célio olhou suas duas cartas na mão e viu dois reis. Pena que o jogo não continuou mais naquela noite. Todo mundo tomou mais um gole de whisky e foram embora. 

Célio ficou pensando como uma menina que ninguém comia no começo da noite subiu 3 posições de uma hora pra outra. Todo mundo foi embora dali pensando na surpresa da Susu.

10 de junho de 2014

Decepção

Para o Meu Líder.

Mas o que será que aconteceu?

Me lembro uma vez, num passado distante, daquele garoto. Estamos num ponto de ônibus quando uma professora do colégio dele passou. Ele a abordou, brincalhão como sempre, contou uma piada e ela gargalhou. Viu que estava ao seu lado e ele mentiu:

 - Ah... Esse aqui é meu irmão.

Apertei aquelas mãos gordas com o maior orgulho. Eu, irmão dele.

Sim, sei que era brincadeira, vindo dele só podia ser, mas a onda de felicidade que me imundou foi indescritível. Não sei porque, mas fiquei feliz.

Não... Eu sei do porque.

Nos conhecemos à muito tempo, eu também era um garoto, mais maduro, mas tinha aqueles pensamentos típicos da infância. Minhas preocupações eram outras.

Era um grupo de jovens associado com uma igreja, desses para tirar crianças e adolescentes das ruas e colocar alguma coisa boa na mente deles. Sabe como dizem: Mente vazia, oficina do diabo. Eu era uma dessas crianças, vem de baixo, e do nada começa a interagir com outros no mesmo nível. Você começa a ter amigos de verdade.

Acampávamos, aprendíamos nós e amarras, sobrevivência na mata, fazer fogueira campestre e coisas do tipo.

Desbravamos o mundo.

E ali estava ele. cabelo desgrenhado e de fácil riso. Diferente dos outros, não se importava muito com as aparências. Tímido, muito tímido com as mulheres.

Uma vez eu prometi uma garota pra ele.

 - Não se preocupe, um dia vou te arrumar uma namorada que essa molecada toda vai morrer de inveja.

Falhei. Mas ele não ajudava muito também.

Me apeguei com facilidade. Ele também. Durante muito tempo a amizade dele foi uma das poucas coisas boas que tive.

Virei homem, virei líder. Nosso grupo já não tinha mais diretoria e a coroa resta sempre pro mais velho, mas nem sempre o mais experiente. Tive que entrar na igreja, não foi obrigatório, foi por amor. Virei líder, virei homem. Já o garoto continuou garoto, continuou amigo.

Quando o grupo entrou em crise, ele sempre foi o rosto familiar que sobrava. Tomamos muita chuva juntos. 

Uma vez o íamos acampar, o grupo já não tinha a mesma força do dia em que entrei, mas mesmo assim tínhamos que acampar naquele final de semana para esquecer um pouco o muro das lamentações que a cidade grande é.

Eu tinha que pegar bambu para fazer armações e móveis de campo. Não tinha carro. Estava sozinho, e estava chovendo. Ele chegou do meu lado e disse:

 - Vamos lá!

Não parou de chover um minuto naquele dia. E ele estava logo atrás de mim carregando 20 Kg de bambu numa ladeira sem fim.

Já sofri outras perdas. Garotos bons que se foram, voltavam, e iam depois.

 - Eu gosto de você porque você é um lixo e sempre vai ser!

Ele riu.

 - É. Eu sei que sou um lixo.

Quando brigávamos éramos dois gladiadores em arena. Ele não tinha paciência, era mentiroso, boca suja e cabeça quente... Não baixava a cabeça pra mim. Delinquente.

Mas agora me pergunto, o que será que aconteceu?

O garoto virou homem e foi embora. Assim como os outros. Foi embora por um caminho que temo não voltar mais.

Inventou de estudar comunicação. No meio de tanto curso superior, porque quis fazer logo comunicação? Admito, ele tinha facilidade com câmera, contava histórias como ninguém. Não aguentava correr 50 metros numa gincana, mas dava um papel e caneta que ele fazia o que fazia de melhor.

Então ali estava ele na rua. 

Fumando, com o olho vermelho estufado parecendo um japonês. Barba desgrenhada e se vestindo como um grunge noventista. Falava de revolução, libertação sexual e outros absurdos.

Não acredito em destino mas penso, pra onde mais iria esse menino a não ser esse caminho? Deus fala certo por linhas tortas, mas essa está torta até pra ele.

Vejo suas fotos embriagado, entorpecido. Não gosto de olhar, lembro do reflexo do que um dia ele já foi.

Ensinei como um filho, amei como irmão. 

 - É trevas!

Era o que dizíamos quando alguma coisa estava muito errada.

Sou homem. Tenho minha filha para cuidar, Lua da minha vida, meu sol e estrelas. Não posso mais estagnar por bobeiras. Ensinei o que eu sei, se não foi o suficiente, o tempo venceu. Seguimos a mesma estrada por muito tempo, hoje ele seguiu outro caminho. Contentamento ou nada.

Ele é homem, não mais aquele garoto. Infelizmente a roda do tempo gira num único sentido. Enquanto isso eu lembro.

Por isso eu lembro.

3 de junho de 2014

Pigas

Pigas é cigarro
que dá pigarro,
aquele barato.
Cof, cof.
Queima um piga aí.

Não, não foi opção,
mas não deixa de ser escolha.
Quer dizer,
sabe como é né?

Vê uma breja!
Enche o copo.
Sem espuma.
Sem espuma porra!
Tá, vai assim mesmo.
Outra,
outra,
outra.

Chato é aquele mané
com aquela fumaça.
Mas sejamos sinceros,
que fotografia.

Ela pega o pigas
e coloca nos lábios,
fixa no batom vermelho intenso
e acende com um isqueiro branco.
Aquele lume incessante da chama
para então
uma ponta de brasa
envolta por cinzas.

O primeiro trago é o mais gostoso.
Mata a fome,
joga a cabeça pra trás
e sente relaxar.

Como algo tão bonito
pode ser tão mal?
As brincadeiras de deus,
as artimanhas do diabo.

Puxo papo.
Mandei bem.
Ela gostou.

Você fuma?
Minto.
O maço dela tá acabando,
ela acende o isqueiro pra mim.

Foi aí.

A pressão caiu...
Está caindo,
caindo
e caindo.
A pressão caiu.

Minha...
Pressão...
Cai...

Respiro,
fixo.

A cabeça emergi
desse submundo.
Relaxado,
livre,
leve.

Seu corpo fraqueja.

Bato o polegar no filtro
pra cair as cinzas.
Nasce calo no indicador,
machuca a unha.

Trago, aspiro, baforo.

Porque fumar é tão bom?
Dou risada,
Pergunto:
Sabe o que mais é bom?
Ela ri.

Dá um passo pra trás,
não pode ser tão fácil.
Trago, traga.
Mas você prefere fumar ou beijar?
Fumar beijando.
Ela ri.

Foi aí.