21 de dezembro de 2012

Último Vislumbre

E a menina apertou sua mão.

Tinha dó da pequena, pois ela não tinha vivido o que ele já viveu, mas esse momento não era o dos melhores para se pensar em perdas.

Alias, pensar nessa situação já era algo muito difícil. O homem queria fazer algo especial. Queria que seus olhos e suas memórias vissem algo exemplar e lindo em seus últimos vislumbres, e como adorava aquela cidade levou a garotinha com menos de uma década de vida para o topo do prédio mais alto, do ponto mais alto, e dali eles iriam presenciar o fim de quase todas as coisas.

Voltou os olhos pr'aquele farto volume loiro de cabelo, preso em uma fita de cetim vermelha, e se perguntou se não valia a pena se esconder naqueles abrigos que faziam o maior sucesso no preceder do fim, mas realizou que não.

Após a primeira onda de calor, a comida iria acabar em dias, e a água em horas. Em poucos meses as construções que ainda estivessem em pé estaria às ruínas, e assim não teria nenhum abrigo para as possíveis chuvas ácidas que desceriam destruindo aço, madeira, plástico e até mesmo a carne humana. Após a radiação, estudiosos apostavam que até a terceira geração dos que ainda insistissem em terem crias, não seriam mais parecidas com nada que se vê hoje.

A questão é saber desapegar. E no que você não conseguir, leve contigo para seu fim. Foi assim que aquela garotinha assustada foi parar em cima daquele prédio naquela hora.

O homem começou a pensar sobre onde talvez estaria a mulher de sua vida, mas percebeu que o calor estava vindo pouco a pouco em sua direção, e os botões de sua camisa já não aguentaram e foram de desbotando porque estavam deixando de existir naquele exato momento.

A mão da menina se afrouxou da sua, a fita de cetim vermelha também.

E não teve mais nada.

9 de outubro de 2012

Comunotopia

Embora cheio de problemas vivemos em um mundo capitalista. Karl Marx deu a solução para esse mundo, e chamou de Comunismo. Mas ao estudar mais a fundo seus ideais e suas vertentes, percebemos que a cada dia, a revolução do proletariado está ficando cada vez mais longe de ser alcançada.

Ou seja, será realmente possível ter um mundo comunista?

Baseada nas aulas de "Sociologia Geral de da Comunicação" na Universidade São Judas Tadeu para o curso de Rádio e TV da turma de 2012, ministradas pelo professor Edson Martins, conheça a COMUNOTOPIA.

VOCÊ NÃO ACREDITA NO CAPITALISMO, O CAPITALISMO QUE FAZ VOCÊ ACREDITAR QUE ACREDITA.


Ficha Técnica:

- sobre o filme -

TITULO ORIGINAL: Comunotopia
FORMATO: Curta Metragem
GÊNERO: Documentário
DURAÇÃO: 14 minutos
ESTRÉIA: 09 de outubro de 2012
ORIGEM: Brasil - São Paulo
LÍNGUA: Português - BR

- sobre a equipe -

DIREÇÃO: Bruno Vieira
ROTEIRO: Bruno Vieira
REVISORES DE ROTEIRO: Karol Farias, Rafael Cabral, Paloma Lopes
PESQUISAS & PLANEJAMENTO: André Guedes, Bruno Vieira, Karol Farias, Naiara Américo, Rafael Cabral, Paloma Lopes
PRÉ-PRODUÇÃO: Bruno Vieira, Fernando Kassner, Karol Farias, Naiara Américo, Rafael Cabral, Paloma Lopes
PRODUÇÃO: Bruno Vieira, Fernando Kassner
ENTREVISTADOS: René Zamlutti, Rogério Rodrigues, Silvio Marcos de Souza
ENTREVISTADORES: Rafael Cabral, Fernando Kassner, Bruno Vieira
APRESENTADORAS: Karol Farias, Paloma Lopes
LEITORA: Naiara Américo
CÂMERA: Bruno Vieira, Fernando Kassner, Paloma Lopes
ASSISTENTE DE CÂMERA: Rafael Cabral, Paloma Lopes
ÁUDIO: Rafael Cabral
ILUMINAÇÃO: Bruno Vieira, Fernando Kassner
CENOGRAFIA: Bruno Vieira, Fernando Kassner, Paloma Lopes
MONTAGEM: Bruno Vieira
1º REVISOR DE MONTAGEM: Bruno Vieira
AGRADECIMENTOS: Aos Entrevistados, Bruna Resta, Galahad Ventura
ORIENTADOR E AVALIADOR: Edson Martins

USJT
SÃO PAULO
2012

5 de outubro de 2012

As Três Sombras da Violência

O Agressor é aquele que pratica a violência, seja ela de qualquer forma. O agredido é quem sofre a violência, levando sequelas para toda a vida. E a Contenção seria quem impede, ou tenta impedir, que determinado ato de violência aconteça.

Entrevistamos aqui três pessoas, cada uma se encaixando nessa regra, em que contam experiências e suas visões sobre esse tema.

A idéia do curta surgiu com a concepção do tema abordado nas aulas de "Cidadania e Questões Contemporâneas" ministradas pelo professor René Zamlutti, na Universidade São Judas Tadeu para a turma de comunicação social -- Rádio e TV -- 2012.

O agressor, o agredido e a contenção.
Com a violência, quem é que sai ganhando?


Ficha Técnica

- Sobre o filme -

TITULO ORIGINAL: As três sombras da violência
FORMATO: Curta Metragem
GÊNERO: Documentário
DURAÇÃO: 7 minutos
ESTRÉIA: 05 de outubro de 2012
PAÍS DE ORIGEM: Brasil - São Paulo
LÍNGUA: Português - BR

- Sobre a equipe -

DIREÇÃO: Bruno Vieira
IDÉIA ORIGINAL: Cássio Nascimento
ESBOÇO: Bruno Vieira, Rafael Cabral
PRÉ-PRODUÇÃO: Bruno Vieira, Cássio Nascimento, Karol Farias, Rafael Cabral, Naiara Américo, Paloma Lopes
ENTREVISTADORES: Bruno Vieira, Karol Farias
PRODUÇÃO: Bruno Vieira, Karol Farias
CÂMERA: Bruno Vieira
ASSISTENTE DE CÂMERA: Karol Farias
ILUMINAÇÃO: Bruno Vieira, Karol Farias
CENOGRAFIA: Bruno Vieira, Karol Farias
ÁUDIO DIRETO: Karol Farias
MONTAGEM: Bruno Vieira
1ª REVISORA: Karol Farias, Ludmila Silvero
MÚSICA TEMA: "Oh fortuna" - Carmina Burana & Carl Orff
AGRADECIMENTOS: Paloma Lopes, Wallace Soares, Aos Entrevistados
ORIENTADOR: René Zamlutti

USJT
SÃO PAULO
2012

O Mal Humano

Thomas Hobbes já dizia “o homem é essencialmente mau”. Sabendo que os homens são animais racionais, mas tendo instintos primitivos assim como os animais irracionais. A diferença entre os humanos e um Leão, por exemplo, é que temos a escolha de matar, já o leão mata por instinto.

Mas uma coisa que os animais irracionais têm em comum com a gente é o egoísmo. Egoísmo esse que se define pelo pensamento individual de cada um. Podemos ver exemplos assim no reino animal, em que um animal ao matar o outro servindo de alimento, ele não divide aquela carne com os outros de seu bando. Esse é o nosso instinto e nossa natureza, e para Hobbes esse é o nosso mal.

Com esse argumento podemos facilmente destruir a teoria utópica de Karl Marx sobre o comunismo. Ele nunca vai dar certo pelo simples fato de que o comunismo é uma antítese do que o ser humano realmente é: individualista e sozinho.

Essa idéia de comuna vem dos velhos tempos antes da primeira revolução industrial, onde realmente existiam pequenas vilas que viviam isoladas. Vilas essas que tinham poucos habitantes, e se algum problema surgisse por desventura era resolvido ali entre eles mesmos. Isso acontecia porque o espírito de equipe andava junto, pois todo mundo conhecia todo mundo. Repare em como cidadezinhas no próprio interior de São Paulo são mais calmas, e é difícil de algo hediondo acontecer ali, em um ambiente quase familiar.

O problema começou a partir da revolução industrial, em que grandes cidades (que nessa época estava crescendo por causa das fábricas) começaram a fazer propaganda de que a vida na cidade era muito mais fácil do que a vida no interior. Com imagens de uma cidade futurista com emprego fácil e uma vida melhor. Para se ter uma idéia desse êxodo rural, temos a tabela a baixo:


E o “cada um” foi se afastando cada vez mais de “todos”. E assim com grandes cidades veio com ela centenas de problemas que até então não existiam como a fome, a miséria, saneamento, e leis trabalhistas. Aquele sonho da cidade grande não tinha espaço para todos, então surgiu o maior mal urbano de todos os tempos: o crime.

Não vamos falar aqui sobre a máfia que dominou Chicago por anos (e teorias conspiratórias dizem que ainda dominam). O foco na realidade é entender de onde vem esse crime, e porque é tão difícil de controlá-lo.

Voltando ao mal humano de Hobbes, aqui se entende essa questão do individualismo, pois antes nas pequenas cidades se alguém passa fome um vizinho ou o padre do lugar iria ajudá-lo, porque todos ali se conhecem e vivem em uma união quase familiar, como já dito. “Mas porque hei de ajudar um desconhecido? Pensai primeiro em ti.” - (The Hobbit – J. R. R. Tolkien)” A partir desse momento os desfavorecidos começam a perceber que alguns têm muitos e outros não têm nada.

Mas seqüestros, roubos, violência contra pais, filhos, matar alguém por divida ou inveja não surge a partir de um ponto especifico da historia. Isso é o mal, que nasce com o homem.

A igreja da idade média já tinha percebido que todos os crimes cometidos eram reflexos de qualquer um dos 7 vícios dos humanos. Vícios esses em que todos nasciam com eles, e durante a vida você deveria se segurar e se manter fixo no conceito de “homem virtuoso” de Sócrates que é: adquira conhecimento para não cometer erros.

Os 7 vícios dos homens segundo a igreja são:
  1. Gula
  2. Avareza
  3. Luxuria
  4. Ira
  5. Inveja
  6. Preguiça
  7. Vaidade
Conhecido mais tarde como sete pecados capitais foi assim nomeado pela igreja, pois caso você cometa um desses crimes, você não herdará o reino do céu, uma forma da igreja proteger os fiéis de si mesmos.

O egoísmo e a vontade própria de se ter uma propriedade privada é a explicação de todos esses vícios, e também de todas as atrocidades que o ser humano já praticou consigo mesmo.

A Gula é a satisfação física. Avareza satisfação externa, dada pelos bens materiais. A luxúria é a satisfação dos prazeres. Ira serve como uma forma de segurança externa. Inveja é você se espelhar no outro, para que seja melhor que ele sempre. Preguiça é você conseguir toda essa satisfação, sem se esforçar. E por ultimo a Vaidade que é a propaganda que você dá depois de ter alcançado tudo isso.

Ou seja, pense somente em você, e esqueça o outro.

Por isso que a criminalidade como conhecemos é um grande mal da sociedade atual e provavelmente futura, pois quem não tem nada quer o mínimo para sobreviver e quem tem tudo não quer perder o que conquistou.

Nicolau Maquiavel no livro o príncipe já dizia “Quanto mais próximo o homem estiver de um desejo, mais o deseja; e se não consegue realizá-lo, maior dor sente”.

Se Hobbes acreditava que o homem já nascia mau, Jean-Jacques Rousseau acreditava que era o meio que transformava o homem em alguém mau. Mas no final caímos na mesma coisa. O homem precisa sobreviver e ele vai fazer de tudo para que isso aconteça da melhor forma possível.

Parafraseando o grande filosofo Thomas Hobbes de novo, “O homem é o lobo do Homem”.

6 de setembro de 2012

Copos Americanos

Quatro jovens num happy hour em uma sexta-feira, num bar qualquer, se indagaram do motivo deles estarem bebendo a famosa cachaça brasileira em um copo americano.

O copo americano é um formato padrão de copos de vidro, genérico, que todo e qualquer bar ou padaria do brasil usa-o para servir seus clientes, desde uma tequila mexicana até uma cerveja alemã, uma vodca russa ou uma água torneiral brasileira mesmo.

Poucas devem ser as fontes que dirão com exatidão a real origem do copo americano, mas qualquer um percebe que cada dia mais, mais do mundo deles é injetado no nosso mundo. Geopolíticos falam de tal globalização, mas tal efeito afeta tanto o globo quanto o globo afeta o brasil?

Tal fenômeno difunde tantas outras culturas em um única que tal identidade começa a desaparecer ao se misturar com a padronização. Ou seja, em escala local, a cultura local é substituída por outra cultura, que abrange bem mais, mas não é tão rica quanto a original.

A cultura padrão.

Antigamente, conhecer outra cultura, ela era considerada exótico. Hoje em dia o próprio significado da palavra, é exótico, pois agora tudo é a mesma coisa e os restos da cultura local é praticamente esquecida, destruindo seu conceito, começo, meio e fim.

Porque existe uma praça chamada Walt Disney perto da orla do Recife? Porque preferimos escutar a versão do Rolling Stone de Garota de Ipanema do que a original? Porque não existe um substituto para a expressão Happy Hour usada na primeira frase dessa crônica?

Ou seja, a morte da cultura local nada mais é do que a substituição por uma cultura padrão. Forçação de barra do real. Você é obrigado a vê-la em todos os lugares.

E isso é claro, como já foi dito, na desvalorização do produto nacional. Rodrigo Santoro em Hollywood fez filmes medíocres que todos batem palma, faz um filme nacional sobre um ícone do futebol nacional, e poucos conhecem. Isso porque não olhamos mais para o que é nosso, e sim, para o que nos foi agregado. E caso seja nosso, que pareça que não.

A conclusão dos estudantes sobre o copo americano foi que a ditadura cultural dos americanos é tão grande, que afeta até a hora da alegria diária de todos os povos do mundo, sendo que, o copo que serve para tudo, é exatamente o copo americano, o copo universal.

22 de agosto de 2012

Poderio dos Meios de Manipulação em Massa

A política do Pão e Circo do império romano, provavelmente foi uma das políticas de segurança pública mais eficientes de todos os tempos, tanto que os governos atuais ainda usam dessa ideia para controlar seus povos. O Pão continua o mesmo, mas o Circo mudou. A real grande mudança dos romanos para os dias atuais.

Sócrates foi morto quando os gregos perceberam a influência da comunicação e interatividade que ele proporcionava aos jovens.

Logo, o homem percebeu que se existe um processo simétrico de manipulação/comunicação (face a face ou um para um), também existe esse mesmo processo assimétrico (um para muitos). Ou seja, maior eficiência para a criação de mais pessoas fazendo o que apenas um quer. Mais ou menos o que Sócrates contestava.

A comunicação em massa é isso: Produção institucionalizada e generalizada de bens simbólicos (a própria informação) através da fixação e transmissão de informação.

Esses meios de comunicação em massa (MCM) são bons por um lado, e ruim por outros. A facilidade de transmissão da informação não se importando com o tempo e espaço, mas ao mesmo tempo os MCM escolhem que informação passar para a população, alienando assim sem permissão.

Se cria assim uma raça de preguiçosos mentais, pessoas que não correm atrás de um 'lado B' da informação, e que confiam cegamente na visão dada pelos MCM. 

O filme de Stanley Kubrick, Laranja Mêcanica (A Clockwork Orange, 1971), dita bem essa regra, assim como Alex, somos obrigados a engolir uma carga pesada e manipulativa de informação, para assim, criarmos novos hábitos e ações pré-estabelecidas por uma mídia que está no poder supremo do mundo. O legitimo 4° poder absoluto.

John B. Thompson ainda diz que, antes de cada pessoa tinha sua própria história, mas com a vinda dos MCM em cada canto do planeta, temos vidas e pensamentos enlatados.

Sendo assim, voltamos a política do Pão e Circo, em um mundo cheio de problemas, os meios de comunicação em massa fecham nossos olhos e dizem que está tudo bem.

"Pois o pior cego, é aquele que não quer ver."

- George Orwell

28 de junho de 2012

Sobre o Começo

Nunca achei uma boa ideia ter um blog. Quer dizer, já passei por inúteis tentativas que não renderam muita coisa. Eu por exemplo, sem medo digo: não tenho paciência alguma para ler blogs, esse tal do diário eletrônico, mas cá estou à escreve-los.

Meu primeiro blog surgiu quando ainda era um colegial, entre 2007 e 2008, com ideias bobas sobre humor e como isso pode unir as diferentes tribos. Extinto, chamava-se Negaiadaa! (assim mesmo com dois A's no final).

Em 2010 fui me meter no meio das críticas cinematográficas com o parado Poltrona Numerada. Ele me servia como válvula de escape. Nessa época eu estudava engenharia, e me sentia preso nos inúmeros números que os engenheiros nos dava todo dia para estudar. Quando entrei no curso de Rádio e TV em 2012 realmente me senti em casa, e a constância das postagens estagnou.

Foi então que me senti órfão. Sobre o que eu poderia escrever agora? Não lembro em essência, quando um sábio professor disse: NUNCA PARE DE ESCREVER.

Poeta Márcio Ricardo - Facebook
Quantos cadernos serão gastos? Quanto de HD eu preciso para salvar todos meus pensamentos e firulas sobre o mundo? Preciso em essência de um lugar para poder organizar e para sempre ter.

Em meus cadernos abarrotados de tantas anotações já não tinha mais espaço, nem lógica de organização. Um blog era a solução.

Não, não cai em tentação, apenas segui a diante como uma nova linguagem. Aquela nova linguagem que está revolucionando a comunicação. Ouvimos tanto isso em aula.

Utilizo aqui também como um arquivo pessoal, em máxima afirmo: se penso logo escrevo, se escrevo secreto não é. Por isso postarei todos textos e ideias na ordem cronológica, no exato dia em que tal ideia foi concebida, puramente por um conceito organizacional mais eficaz.

Aqui tambem não terá apenas textos, mas como espaço de criação as nove artes vão se encontrar e para sempre ficar.

Astonishing x-men #9
Se a contradição é o começo de uma consciência sobre algo que não existia antes, são nelas que devemos trabalhar para explorar mais universos desconhecidos até então. Basta relacionar esses universos. Cada nova linha vai se encontrar com outra, e com outra.

Tenho a minha história, você tem a sua história, nós temos a nossa história... Nunca tem fim. E ao fim, tudo está conectado como sendo uma unica grande coisa sem fim. O todo é um ponto, e o ponto é o todo.

Quantas histórias podemos contar?

Graph of Fibonacci numbers mod 1229
Tudo que ver aqui, são frutos dessas contradições.