12 de novembro de 2013

Politicagem Imoral

Se tinha uma coisa que deixava Joaquim feliz era ajudar seu país a ser um lugar melhor.

A manifestação contra a corrupção foi uma das mais cheias que o jovem manifestante já viu. Todo o povo feliz com o rosto pintado de verde e amarelo cantando o hino nacional e gritando contra um ou dois senadores que foram pegos tentando desviar dinheiro público para algumas ilhas do caribe.

Naquela manifestação Joaquim estava sozinho, sem seus amigos revolucionários, que disseram que dessa vez iam ficar manifestando pela internet. Joaquim não gostou da atitude deles, e fez questão de tirar várias fotos e postar em todas suas redes sociais para mostrar como ele era realmente ativo com a politica nacional.

Com sede, depois de tanto ativismo, resolveu passar em um bar e pediu uma garrafa d'água:

- 3 reais - disse a atendente que estava com um crachá escrito "em treinamento" com letras garrafais, mas que em lugar nenhum estava escrito seu nome.

Joaquim tirou de sua carteira uma nota de 50, a única nota que tinha.

A atendente trouxe a água e seu troco, que logo Joaquim conferiu, e percebeu que ao invés dela ter devolvido 47 reais, ela devolveu 97. Seu troco, mais a nota que Joaquim acabou de tirar da carteira.

O jovem viu que a atendente já estava com outro cliente do outro lado do balcão.

Ele pegou sua água, deu um longo e gostoso gole e foi embora satisfeito, porque naquele dia ele fez sua parte com a mudança do país.

Macho Alfa

Perceber que os seres humanos são animais, que nos portamos como tal e que todos os chatos protocolos sociais que seguimos são regras sem sentido para se poder viver em uma sociedade fraca e fútil, é o primeiro passo para que tua vida seja mais feliz.

Danúbio era um homem feliz, pois sabia disso.

Olhava para a cidade, do alto de seu apartamento e conseguia escutar os sons da savana. Animais no cio tendo que pagar para descarregar. Presas correndo dos predadores. Aves sentadas em galhos observando o movimento da selva. Enfim, todos tentando sobreviver a sua maneira, e correndo antes da mordida do leão.

Danúbio era muito bem afeiçoado e fazia muito sucesso com as mulheres do escritório. Ele sabia que ele era o leão, o macho alfa daquela região. E manter seu posto era muito difícil, sempre com muitas disputas pelo poder. Mas nunca houve nenhum rival que fosse um grande desafio para Danúbio.

Seu chefe, sr. Milton, todas as sextas feiras chamava Danúbio e a rapaziada do escritório para irem em alguma balada ou barzinho, para caçar a mulherada indefesa.

Sua vida começou a ficar um pouco mais complicada quando entrou no escritório um forte homem chamado Abelardo.

A atenção de todos foram voltadas para o novato. Na primeira semana Abelardo conseguiu com que todas as mulheres do escritório se juntassem, sempre depois do almoço, para ficar falando dele e de como ele deveria ser na cama. O escritório até ficava mais úmido quando acontecia essas reuniões.

E por algum motivo, logo de cara, Danúbio e Abelardo não se gostaram.

Alguns diriam que o "santo não bateu", outros falariam que "era um preconceito" ou que só nos sentimos assim porque ainda "não conhecemos melhor o outro". Engraçadinhos falaram que é "uma inveja", e extremistas que "Abelardo é Yin e Danúbio Yang".

Danúbio percebeu o que estava acontecendo. Seu território estava em perigo. Um outro macho alfa chegou ali já marcando território sem pedir licença.

"Como ele chega mijando no meu poste sem falar nada?" - pensou Danúbio.

Nesse ponto o clima já estava bem tenso. Um olhava pro outro com cara feia, e ambos não ficavam mais que o tempo necessário no mesmo ambiente. Quando precisavam de alguma coisa profissional, o contato era apenas por e-mail, e começaram a intercalar o horário do almoço para que eles não se encontrem sem querer na rua.

O fim da picada foi quanto o sr. Milton ao invés de chamar Danúbio para a caçada semanal, chamou Abelardo. Inadmissível!

Foi o pior final de semana na vida de Danúbio. Se sentindo rejeitado. Não conseguiu dormir, e tambem nem saiu de casa. Perdeu peso porque não foi na academia, e só comeu besteira enquanto era bombardeado com a deliciosa programação da TV aberta de domingo a tarde.

Mas no final do dia, poucas horas antes de ir dormir para voltar a trabalhar na segunda-feira Danúbio tinha uma certeza.

- Eu tenho que resolver isso hoje! - exclamou em fúria.

Na manhã seguinte, Danúbio foi direto para a mesa de seu nêmeses, intimidando Abelardo. Foram para a copa conversar, e lá tirar a limpo e chegar a uma conclusão: Quem é o leão daquela tribo?

Ao conversarem, Danúbio percebeu que Abelardo era um cara legal, e que na realidade não tinha nenhum motivo para brigarem.

Abelardo era forte e bonito, mas não representava perigo. Eles podiam dividir o escritório em dois. De um lado ficaria Danúbio dando assistência para as assistentes de back office, e do outro ficaria o musculoso com voz macia do Abelardo pegando as estagiárias.

Também decidiram que de segunda e quinta Danúbio podia ficar com a secretária do Sr. Milton, e de Terça e Sexta o cheiroso com barba bem aparada, estiloso e com a mão macia do Abelardo ficava com ela.

Tudo resolvido, os dois deram um longo abraço.

Danúbio foi pegar um copo de plastico, e por ironia do destino, Abelardo tambem foi pegar no mesmo momento. A mão dos dois se tocaram, e um olhou pro outro.

Danúbio percebeu que a tensão que antes era negativa, agora, naquela minuscula copa daquele escritório de arquitetura no centro de São Paulo, virava sexual.

E só com eles dois na copa, Abelardo se lançou em um beijo frenético e sem misérias.

E Danúbio ficou pensando porque ele se sentia intimidado por um homem tão gostoso quanto Abelardo.

7 de novembro de 2013

O Mais Miserável Manifesto Artístico de Todos os Tempos - vol. I

E hoje mais uma vez fui criticado sobre as coisas que escrevo e publico.

Pois logo disse que ele não faz ideia das coisas que escrevo, e não publico.

Me veio com argumentos politicamente corretos, e disse que simplesmente não tem graça, ou que não faz sentido algumas coisas que eu escrevo.

Disse que era crime!

Palavras de preconceito... puff.

Afinal, o que veio primeiro?

O crime ou a piada? A piada ou o crime?

Acho que a seguinte questão é: do que posso falar, e do que não posso falar?

Expressão artística não é desculpa!

Na livraria vi um livro chamado "isso é arte?" discutindo essa bendita arte contemporânea que vivemos.

E outro dia vi um jovem que perdeu a virgindade anal em nome da arte... Pois é, cada um expressa do jeito que convêm.

Sério, sabe o que eu acho?

Acho que posso falar de tudo e de todos.

Afinal, são os meus pensamentos, minha forma de pensar. E se uma piada não deu certo pode ter certeza que não foi feita num sentido depreciativo.

O difícil é declarar algumas coisa num mundo onde a linha do humor e do crime seja tão tênue.

Alias, a expressão "humor negro" já algo racista.

Porque o humor que não presta tem que ser o negro? Não poderia ser o caucasiano ou o índio?

"Humor da raça ariana - o melhor"

Bendito (ou maldito) seja o SIR. Monteiro Lobato: Preconceituoso do caralho que todos aplaudem.

Sim sim, outros tempos.

Eu sei.

Chega!

Alias palavrão agrega ou não grega valor?

Alias, o que agrega?

Nos meus humildes pensamentos, arte é uma forma de expressão do sentimento, seja ela feita em qualquer uma das nove plataformas citadas por Claude Beylie.

Um jeito de contar uma historia.

O que eu faço?

Eu escrevo.

Expresso sentimentos por palavras (por mais ruim que seje meu português).

Para no final, eu ser julgado sobre o que é licito e o que não é licito dizer?

Argumentos como os citados, são os mesmo que comediantes, deputados e organizações nazistas e racistas usam para disseminar seu ódio, e daqui retorno a questão cerne: o que veio primeiro, o crime ou a piada?

Pois é jovem gafanhoto, pimenta nos olhos dos outros é refresco.

ontem, por exemplo, descobri que tenho um amigo que morre de ri com qualquer piada xenofóbica que lhe é contada.

QUALQUER UMA!

São todos argumentos sobre ser livre, sem interferir na liberdade do outro.

tsc tsc.

Mas o que eu, escritor amador de merda, que nem domina o básico da língua portuguesa quer falando disso tudo?

Do que estou querendo me defender se nem as pessoas que mais importo lê o que eu falo?

Nem meus pais, nem meus primos, nem meus melhores amigos, minha namorada e meus colegas de bar... Ninguém.

Não escrevo pra eles, mas como já diria Chris McCandless - "felicidade só é real quando compartilhada".

Arte, arte, arte. Mas que desculpazinha esfarrapada!

Isso é arte? (além do titulo de um livro vendido por apenas 59,90 na livraria cultura para clientes +cultura). O que é arte?

Liberdade de expressão vai ser o que o juiz vai me responder em tribunal. Tentei aqui dar um manifesto, e falhei miseravelmente, onde não consigo nem me expressar sem ofender alguém, e não chegar a uma conclusão sobre o que pode e o que não pode.

Quantas questões.

Sempre é mais fácil desistir.

Afinal, porque eu tanto escrevo então?

Pra quem?

4 de novembro de 2013

Virgindade Bucal

A masturbação era algo frequente na vida do jovem rapazote André.

Com apenas 13 anos, já conhecia os prazeres que a carne dava... Mesmo que sozinho...

André chegou a conclusão que o começo do fim na vida de um homem, é aos 13 anos, pois é quando ele para de pensar na vida e coisas importantes, para pensar unica e exclusivamente em sexo.

A teoria é que, tudo que o ser humano faz é para transar.

Você só quer estudar, se formar, ter um bom emprego e uma linda casa de veraneio no litoral norte para transar.

Tudo isso porque sexo dá status. 

Assim como status leva a sexo. 

E André não tinha muito status.

Mesmo sendo um jovenzinho cordial e bem afeiçoado, ele era muito tímido, o que o fazia ficar para trás perante a corrida sexual tão torturante que começa tão cedo na vida de alguém.

O fato dele ser virgem não significava nada, até porque grande parte das pessoas do seu ciclo social (que se resumia ao colégio e o cursinho de inglês) tambem eram virgens.

O problema era outro.

André nunca tinha beijado uma garota.

Nem um garoto.

Isso era inadmissível para os cruéis colegas de classe. André tambem não entendia porque as garotas não queriam o beijar.

Boca Virgem era um dos apelidos mais tranquilos que ele tinha.

Mas foi então, em um surto de coragem completamente fora do padrão, André resolveu resolver.

No dia seguinte foi na casa do seu primo, Marlon, ele era mais velho alguns anos, e tinha uma fama de "pegador".

Contou o drama, e rindo, Marlon disse:

- Vai num puteiro rapaz! Só toma cuidado com o bafo de porra.

Mesmo não tendo entendido a segunda parte do que seu primo disse, André foi embora satisfeito.

Durante aquela semana, ele economizou todo o dinheiro do lanche, e no final de semana ele estava com a exorbitante quantia de 30 reais.

Na ferramenta de busca de seu notebook ele digitou "prostíbulos por 30 reais".

André chegou no estabelecimento tímido e acuado. Sheila Moon, e uma das moças chegou perto dele e perguntou:

- O que faz aqui jovenzinho?

- Gostaria de saber quais são as especialidades que inclui vosso programa - Respondeu André.

- Tudo que você quiser gatinho - Respondeu um pouco assustada com a pergunta dele.

André tirou da carteira seu dinheiro.

A moça riu, pegou o dinheiro, mas antes de levantar perguntou:

- Quantos anos você tem jovem rapaz?

- você vende seu corpo por dinheiro, e a questão é minha idade?

A moça sabia que o estava prestes a fazer era um crime e duvidosamente ético, mas não tinha como discutir com tal argumento.

Chegando no quarto André tentou beija-la, mas ela se afastou, e continuou a trabalhar.

Ele sentiu um cheio estranho, e entendeu o significado da expressão "bafo de porra".

Na segunda-feira André, o não virgem, chegou na escola e disse que tinha perdido a virgindade.

Todos se surpreenderam, mas acreditaram pois não tinham motivos para se mentir de algo tão sério assim:

- e aí como foi? - perguntou um dos meninos na hora do recreio.

- foi incrível... Igual aquele filme especial de dia das bruxas... "Halla o Himen" com Ana Jumbo e Claudia Galopeira.

- Uaau - Suspirou os meninos.

- E como era o beijo dela?

André estremeceu, e percebeu que ao tentar solucionar um problema, criou outro bem maior.

André continuou sendo o “boca virgem” da escola por mais 3 anos, quando uma garota mais nova teve que beija-lo quando perdeu uma aposta com suas amigas.

E sobre a masturbação, ela continuou constante por um bom tempo tambem.