Pigas é cigarro
que dá pigarro,
aquele barato.
Cof, cof.
Queima um piga aí.
Não, não foi opção,
mas não deixa de ser escolha.
Quer dizer,
sabe como é né?
Vê uma breja!
Enche o copo.
Sem espuma.
Sem espuma porra!
Tá, vai assim mesmo.
Outra,
outra,
outra.
Chato é aquele mané
com aquela fumaça.
Mas sejamos sinceros,
que fotografia.
Ela pega o pigas
e coloca nos lábios,
fixa no batom vermelho intenso
e acende com um isqueiro branco.
Aquele lume incessante da chama
para então
uma ponta de brasa
envolta por cinzas.
O primeiro trago é o mais gostoso.
Mata a fome,
joga a cabeça pra trás
e sente relaxar.
Como algo tão bonito
pode ser tão mal?
As brincadeiras de deus,
as artimanhas do diabo.
Puxo papo.
Mandei bem.
Ela gostou.
Você fuma?
Minto.
O maço dela tá acabando,
ela acende o isqueiro pra mim.
Foi aí.
A pressão caiu...
Está caindo,
caindo
e caindo.
A pressão caiu.
Minha...
Pressão...
Cai...
Respiro,
fixo.
A cabeça emergi
desse submundo.
Relaxado,
livre,
leve.
Seu corpo fraqueja.
Bato o polegar no filtro
pra cair as cinzas.
Nasce calo no indicador,
machuca a unha.
Trago, aspiro, baforo.
Porque fumar é tão bom?
Dou risada,
Pergunto:
Sabe o que mais é bom?
Ela ri.
Dá um passo pra trás,
não pode ser tão fácil.
Trago, traga.
Mas você prefere fumar ou beijar?
Fumar beijando.
Ela ri.
Foi aí.
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