12 de junho de 2015

Ondas Mentais Transpostas

Eu acredito na mente.
Como arma de criação e transformação.
Sua maior aliada, a arte, é o conceito expressional do que o ser humano tem de melhor, que foi lapidado durante todo o processo de desenvolvimento do ser: a criatividade e a afetividade.
Não é de comum novo os grandes saltos do ser humano ao longo de sua historia. Chega a ser poético um homem das cavernas idealizar uma roda, ou polir uma pedra. Como naquela clássica elipse de 2001: uma odisseia no espaço, as ferramentas criadas são criadas a partir da necessidade, e se expande exponencialmente sem limites com a criação de novos costumes e vivências, logo novas necessidades a serem supridas.
Claro que só a mente não faz todo o trabalho. Apesar da ideia vir primeiro, a questão da fabricação e desenvolvimento de uma ferramenta depende quase que exclusivamente do corpo.
Das mãos.
Logo o humano se transforma na maior raça conhecida da história deste planeta, pois pensamos, e criamos.
Acredito porém que existe um mal nisso. O corpo como maquina biológica, precisa de descaço. Visto que os grandes senhores das era industrial já perceberam que as maquinas tecnológicas eram superiores a nós, pobres humanoides, na questão da construção do mundo físico, pois elas não param nunca.
Um robô não precisa parar de construir algo para dormir, ou comer.
Ou seja, Deus (seja ela quem for) fez uma grande pegadinha em nós dotar de um cérebro com a capacidade de criar novos universos, porém nos prende a uma realidade dependente do consumo: Alimento como combustível, e sono como recarga.
"Dormir é bom, mas viver é melhor ainda" foi uma frase que uma amiga minha certa vez me disse, e nunca nada faz mais sentido ao perceber as inúmeras oportunidades que esse mundo físico, criado a partir das ideias, tem a oferecer, e não aproveitamos por estamos de olhos fechados. Nosso mundo, onde tudo é mutável, e tudo se cria e é criado, a partir de um único olhar sob determinado angulo já basta para uma grande ideia.
A mente não precisa de descanso. Uma ferramenta de criação funcional, que usa como matéria prima o repertorio vivido por cada, que pode trabalhar por um tempo sem fim, sendo o único combustível dela a própria vida acordada.
A criação vem das mais diferentes vivências. Ao fazer um trabalho ou entorpecendo a mente. Ela não pára trabalhar nunca. Porém para a construção física destas ideias, o corpo precisa minimamente dormir e ser alimentado.
Não concordo com esta regra natural. Quero mais que só isso, e grito em alto e bom som: BESTEIRA!
Esse é o grande paradoxo: Na cabeça possuímos uma fábrica eterna, porém sustentada por um corpo que deve ser constantemente recarregável.
Chega a ser injusto viver em plenitude tão ampla, mas não ter energias suficientes para conhecer o todo como o todo é, será e deve ser, além de fazer parte desse todo também.
O tempo se torna desmedido.
Sendo assim vejo o próximo passo da evolução desta raça a que pertencemos seria a junção da força física sem fim, e a mente em constante funcionamento.
Porque ninguém consegue viver de xícara em xícara de café, esmolando energia para um próximo processo que de tão grande, já não cabe mais só mente, deve ser trabalhado e mostrado para o mundo.
Energia. É tudo sobre energia.

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