17 de julho de 2013

O Segredo das Mulheres Apaixonantes #16 - Mah

Se eu tivesse conhecido ela de outra forma, ou sofreria muito de amor ou sofreria ainda mais de ódio. Mas não, a conheci do jeito que foi, e no meio termo ficamos amigos.

Entenda que, tal resultado em qualquer outra situação teria sido algo triste, mas a amizade nesse caso é algo positivo. Antes de entender nossa relação, precisa-se entender o conceito de “profissionalismo”, “irmandade” e “mulher de amigo meu é homem”. Entendido? Prossigamos.

Sempre digo para amigos o quanto a nossa geração vai marcar história. Assim como falamos com saudosismo de Godard e Truffaut sobre a era de ouro da Nouvelle Vague, seremos assim citados nos anais da história do audiovisual.

Hoje em dia o cinema deixou de ser uma arte elitista, e a facilidade de captação e execução de peças em áudio e vídeo transforma toda mente criativa em um diretor de nome no mercado da comunicação.

O problema é a preguiça e alguém que te apoie e empurre. Foi assim que conheci a Mah. Ela precisava de mim tanto quanto eu dela. Com seu nome de uma cidadezinha do interior de São Paulo, nos perguntamos: Temos câmera, tripé, microfone e ilha de edição... porque não estamos produzindo nada?

Conhecia o namorado dela, amigo da faculdade, percebeu que pensávamos iguais e nos apresentou. Ainda me indago: ou ele confia muito no seu taco, ou eu não represento perigo algum... Enfim, Sem jeito subi na garupa de sua lambreta, e pelas ruas do centro chegamos numa cafeteria na augusta, e lá viramos sócios e parceiros. Fácil assim.

Quando sentamos e começamos a conversar o papo nunca tem fim, o tempo se comprime contra nós. Constantemente dizemos que ela é minha versão feminina e vice versa. Nossas opiniões e pensamentos são tão parecidos que mesmo discordando, concordamos com soluções.

A evolução de ideias passa por todo um processo (palavra essa que ela adora). Comunicação é tortura. Assim como na internet onde navegamos por infinitos links, quando começo a falar, ela me corta e começa a falar, e eu a corto e começo a falar, e ela corta...

Juntos temos o problema do foco. Dificilmente terminamos ou decidimos algo. Sério, já tentamos. Como ela sempre diz, vivemos no mundo das ideias. Servimos para roteiristas e editores, jamais para produtores.

Nesse mundo, Mah se transforma num ser humano desorganizado, com uma bolsa gigantesca onde grande parte desse conteúdo já poderia ter ido para o lixo. Nunca, mas Nunca a vi chegando no horário para algum compromisso... Seja ele qual for, ela vai chegar atrasada.

Mah é uma flor.

No meio de tantas palavras me perdi, já não sabia se estava falando dela ou de mim.

15 de julho de 2013

Canalhas Urbanos - Introdução

kdfrases
Equiparo o xaveco com o ato de guerra.

Um bom general conhece o adversário e ataca nos pontos fracos. É simples. Se a menina é carente, dê carinho; se fala muito, deixe ela falar, se ela é burra, seja inteligente.

É a teoria da cara metade.

A única diferença de um canalha para um romântico, é que só queremos leva-las pra cama.

Tudo depende da iniciativa.

Mulheres podem esquecer do que comeu no almoço, ou do que tem que fazer no trabalho, mas nunca vão se esquecer de uma boa iniciativa.

Leve-a pra um lugar legal.

E se tenho uma dica pra dar é: Não seja você. Se adapte. Seja exatamente o que ela esteja procurando e de bom grado ofereça doses cavalares dessa droga.

Ninguém nunca é o que aparenta ser. Você pode ser qualquer um, e qualquer um pode ser você.

Toda mulher tem o potencial de ser sua. Mas em suma advirto: o flerte não é uma ciência exata. É pura tentativa e erro. Então, que continue tentando.

Somos jovens e bonitos com toda uma vida pela frente... Porque não?

Aproveite cada momento como se fosse o último, e de preferência do lado de uma boa companhia. Enquanto não acha as certas, que fique com as erradas. E sempre torça para que não ache ela tão cedo.

Assim como no teatro, a arte da conquista é dividida em 3 atos: a introdução, o desenvolvimento e a... Bom o terceiro ato.

Não tem jeito!

Corações serão partidos... Se você não esta preparado, é melhor nem descer pro play.

O segredo é se blindar com sua melhor armadura, se livrar de todo e qualquer código moral e ético que tenha e pronto, o guerreiro perfeito.

Quem menos se envolver, é quem tem o poder.

Todo mundo já teve uma boa história de conquista. É a nossa natureza. É a odisseia do homem comum. Se Nelson Rodrigues podia, porque eu não posso?

Deixa que digam, que pensem, que falem... Eu não ligo.

Eu sou cachorro... Sou canalha...

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Índice
  1. A Burguesa e o Proleta - Primeiro Tomo
  2. O Aluno e a Atriz - Primeiro e Segundo Tomo

12 de julho de 2013

O Segredo das Mulheres Apaixonantes #15 - Sara

Porque eu não beijei Sara?

Sofrer por não beijar é igual a não amar. Pelo menos corroí igual. Pensar o que poderia ter acontecido, os caminhos dos atos que poderia ter tomado, o destino de onde você estaria agora. O modo de pensar é completamente diferente.

Porque eu não beijei Sara?

Essa é minha tortura, o motivo de apenas pensar nessa pergunta. Dezenas de respostas, nenhum ato verossímil.

A única coisa em comum, é a pergunta, o agente torturante, a única coisa que faz bater meu cérebro igual um coração.

Conheci Sara numa oficina de cinema férias. A primeira vez que a vi, a vi como a única mulher que valia a pena naquele circulo. Sara.

Pele negra e macia, cabelos densos e olhos grandes que quase formam um desenho, olhar opressor e oprimido ao mesmo tempo, lábios proeminentes lindos.

Porque eu não beijei Sara?

Já neguei, me deprimi, zanguei e barganhei, apenas falta a aceitação do pelo qual me pergunto... Porque?

13 segundos

para Sara Alves.

- Próxima estação Sé, desembarque pelo lado esquerdo do trem - anunciou o maquinista. 

O metrô estava chegando na plataforma da estação que a garota ia descer. Pela velocidade do trem, e a metragem média das plataformas das estações de São Paulo, o jovem rapaz calculou aproximadamente 13 segundos até o trem parar, abrir a porta, ela sair, a porta fechar e ele continuar a viagem sozinho. 

Também dava tempo dele pegar no braço dela, e beija-la. 

13... 

Eles se conheceram no próprio bar onde estavam bebendo. Um amigo em comum os apresentou, e com afinidade começaram a conversar por horas a fio, até quando ela olhou assustada para o relógio de pulso dourado, e disse que tinha que ir embora se não ela ia dormir na rua. 

...12... 

Ele não se importa muito com o horário que o metrô fecha. Pelo menos não desde que ele começou a morar numa kitnet no centro velho de São Paulo. Perto da praça da Luz, na nata do Bom retiro.

Dali, ele podia ir andando para qualquer canto da cidade. 

...11...

Naquela quarta-feira, com um clássico do futebol paulista passando na TV (que alias era seu time que estava jogando), um de seus melhores amigos estavam completando mais uma primavera.

As piadinhas e trocadilhos sobre seus recém 24 anos estavam rolando solto no minúsculo bar no Paraíso, há alguns poucos metros do shopping Paulista. 

...10...

Alias, ele nem sabia se ali realmente era o bairro do paraíso. Aquela região era uma confusão de nomes e fronteiras de bairros, ruas com nomes de países etc... Enfim, isso não é importante agora. 

...9...

A única coisa que importa é ela. 

Apenas. 

...8... 

Mesmo com a quantidade torrencial de cerveja que ambos tomaram, ele prestou muita atenção em tudo que ela disse.

Ela veio de algum lugar do interior, por algum motivo importante, mora aqui em São Paulo a algum tempo considerável com algumas pessoas perto de alguma estação de alguma linha qualquer do metrô. 

...7... 

E ELA É SOLTEIRA. 

...6... 

A porta do metrô se abriu, e ela não se mexeu muito. Nem parecia que ali era a estação que ela tinha que descer. Ele ficou parado olhando pra ela. 

Mesmo que aquele fosse o último metrô, daria pra ele descer ali e seguir andando para sua casa. O problema talvez fosse ela, já que tinha que se baldear a outra linha. 

Mas se o beijo rolasse naquele momento, nada impediria dela passar a noite na sua casa. 

E o cenário só melhorava. 

...5... 

Ela também estava afim. 

Sentia o cheiro dos feromônios a milhão. Bastava ele a puxar pra comemorar o gol. 

Alias, será que teve mais algum gol? 

Afinal, em outras circunstancias ele continuaria na festa até todos irem embora, mas hoje, depois de toda aquela boa conversa com ela, quando ela anunciou que tinha que ir embora, ele prontamente se ofereceu e de bom grado ela aceitou, e agora ambos estavam ali se encarando. 

...4... 

O vagão não estava cheio. Eles estavam na extremidade sul e dali dava pra ver o casal lésbico se beijando arduamente na outra extremidade, um jovem inconsciente de bebida dormindo mais no centro do trem, e perto dos dois um senhor com um boné velho, desses distribuídos em eleição, com um celular na mão sintonizado no jogo. 

...3... 

Ele começou a lembrar de toda a conversa do bar, e das inúmeras vezes que ele podia ter a beijado, e ele não fez nada. A conversa era boa, e tão fluente que as vezes ele pensava em outras coisas, firulando sobre o que ela dizia, e o que ele poderia dizer, entrando em seu mundo próprio. 

...2... 

Ela era muito comunicativa. Enquanto ela era de humanas, ele era de exatas e seus pensamentos voavam rápidos, lógicos e certeiros. 

Como sempre, muito bom na teoria. 

Ele sabia coisas como a velocidade do metrô e a metragem das plataformas por causa de um trabalho de faculdade que ele teve que apresentar, falando sobre reformas e melhorias públicas. 

Trabalho esse que ele ainda não sabe a nota.

O metrô apita, avisando que a porta vai se fechar. 

Ela sai do vagão e aproxima o rosto do rosto dele, e ele faz o mesmo.

 ...1... 

- GOL! - gritou o senhor que estava escutando o jogo. Não sabia que time tinha marcado. 

Não importava. Não agora.

 ...0

Ela beija em sua bochecha. 

Ele faz o mesmo. 

Ambos ficam se olhando, enquanto a porta começa a fechar. Ele ficou olhando para ela pelo vidro quando o trem começa a andar e pegar velocidade. Ela vai embora, descendo pela escada rolante. 

A próxima estação já era a que ele descia, mas ele não estava pensando nisso. Ficou ali parado pensando porque não tinha a beijado.

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7 de julho de 2013

Manual do Suicídio Politicamente Correto

Qual é o sentido lógico do suicídio?

Entendo que às vezes a vida pode estar muito ruim, por milhões de problemas sortidos, mas desistir da solução não passa de preguiça intelectual.

Quando alguém se mata por amor, sempre se escuta: “mesmo com tantos peixes no oceano”. Se matar por amigos tem a clássica: “amizade só de pai e mãe”. Quando é por muitas dividas, todo mundo topava emprestar dinheiro; e quando são problemas familiares todo mundo concorda que “não foi por falta de amor”.

A questão é que temos que aprender a viver sozinhos, porque quando pensamos em acabar com a própria vida, é porque temos problemas que quase sempre não são nossos.

O fato é que todo mundo um dia já pensou nisso, e não soube como, ou não teve coragem.

Um brinde ao nosso medo, se não a população mundial seria bem menor hoje em dia. E caindo.

Uma corda no pescoço é muito bruto e claustrofóbico, além da visão para quem ver não seja nada bonita. Se jogar de um prédio também é complicado para quem for te limpar depois, assim como pular na frente de um trem ou carro, sem contar o transito que seu corpo morto criará.

Talvez o mais recomendável seja veneno. O grande sonho da maioria das pessoas é morrer dormindo, pois então veneno é uma grande ideia. Para quem gosta de álcool, tranquilizantes com vodka sempre é uma boa pedida.

Mas de qualquer forma, ainda não faz sentido acabar com a própria vida, seja por problemas ou curiosidade post mortem. Por pior que seja a vida, ainda tem-se chance de uma leda melhoria. Significativa ou não, quase nada sempre é melhor que o nada.

Se todos esses conselhos não ajudam, escreva uma boa carta, nada muito choroso, nem culpando ninguém (isso é muito feio e antiético), e aproveite os remédios.

Presa Fácil

Todo homem adora uma presa fácil.

Presa fácil é aquela mulher cujo não tem muita dificuldade em conquista-la. Não estou falando daquelas que ficam com qualquer um a qualquer momento. Não, essas são vadias, estou falando das apaixonadas.

Digo que elas são fáceis porque basta falar no pé da orelha qualquer coisa romântica, que ela já se derrete toda.

E todo homem, em sua essência conquistadora (e por consequência reprodutora), é romântico. Pelo menos fingi que é, ou apenas sabe ser na hora certa.

A verdadeira questão é que toda mulher gosta de ser cortejada. O flerte é massagem de ego. E é aí que entra o romantismo, mostrar seu melhor lado e dizer até onde está disposto para a conquista do coração dela.

Assim sendo, as ditas presas fáceis, são fáceis porque se derretem toda com a perspectiva do romance. Falso ou não, é o que aparenta, e assim é: diga uma coisa bonita e inteligente a lá Woody Allen, e bingo!

Os problemas disso estão nos efeitos colaterais. Por serem bobinhas e abertas, elas encontram em canalhas labiosos um falso porto seguro cheio de inseguranças, e aí se quebram órgãos que nunca deveria ser quebrados.

Mas isso não é regra. O romantismo nasce de tantas formas variadas, que criar formas e leis é um tiro no pé para novas perspectivas.

De qualquer jeito, sempre que se sentir sozinho, ou querer esquentar o pé numa tarde fria, encontre aquela amiga presa fácil, e mande a baboseira certa.

Para atualização, assista muitas comédias românticas, principalmente no final, quando o mocinho corre pelo aeroporto para reencontra-la. Lá estão as melhores coisas para serem anotadas e praticadas.