12 de fevereiro de 2013

Firulas sobre X-MEN 135

Aquilo realmente era engraçado.

O homem tinha uma vida tranquila, mesmo vivendo naquela cidade deste o primeiro dia de seu nome, nunca antes tinha visto algo minimamente parecido com aquilo.

Começou a pensar também sobre todos os seus amores, pois ele tinha certeza que sobre o decorrer daquele fato ali vivenciado, se daria o fim de todas outras historias, e tudo antes daquilo, era apenas progresso.

Nas primeiras aulas que teve quando era criança, ele se apaixonou pela filha da professora, já não lembrava o seu nome, mas lembrava-se perfeitamente do emaranhado de cabelos pretos que sempre ficavam na sua frente nas aulas de artes.

Alguns anos mais tarde, se apaixonou perdidamente pela vizinha, a filha do dono do bar. Foi com ela que deu seu primeiro beijo, e ali teve a certeza de que ela seria eternamente a mãe de seus filhos. Acontece que ela era alguns anos mais velha, e aqueles beijos não passaram de promessas não cumpridas.

Depois da maior decepção amorosa da sua vida prometeu nunca mais se apaixonar, até conhecer aquela garota da última fileira da faculdade. Mesmo após muitos "não", ele ainda insistia naquela historia. O mais engraçado é que em sua cabeça ambos tinham uma vida de amor inteira juntos, e ela provavelmente nem sabia seu nome.

Também passou à sua cabeça sua esposa. Mas foi quando a conheceu no seu primeiro trabalho, em um escritório qualquer de publicidade na zona nobre da cidade, foi também quando descobriu que não existe o amor. Amor não passa de reações químicas passadas seu corpo, e acontece a mesma coisa estando com a mulher de seus sonhos, ou quando come uma barra de chocolate.

Como já dizia seu ex-chefe, nesse mesmo escritório de publicidade: amor é o que chamamos para fazer as pessoas comprarem meias novas.

Sendo assim, o amor é muito mais fantasioso do que real. Fazia sentido falar que amava as primeiras três, mas sua esposa não. Principalmente porque ele tinha mais prazer comendo chocolate do que tendo uma noite de amor com ela.

O amor é uma coisa complicada, concluiu após seu divorcio. Sabia que qualquer dia desses suas irmãs iria arranjar um encontro às cegas, ou que iria a algum prostíbulo imundo ali no centro da cidade para satisfação carnal imediata. Mas nunca tinha imaginado que aquilo pudesse acontecer de novo. Não depois disso tudo.

Sentado na mesa do restaurante, olhando para a rua pelo janelão do lugar, apenas enrolando nos últimos minutos de sua hora de almoço, viu em câmera lenta ela chegar.

Vestido preto, sem estampa, até um pouco acima dos joelhos. Pele branca, tão clara quanto pode ser. Assim como seu cabelo ruivo natural dava um grande contraste com as pequenas sardinhas que tinha espalhadas pelo rosto. Seus olhos estavam longe demais para poder ver sua cor, mas imaginou que fossem azuis. E no braço uma tatuagem, em forma de retângulo. Percebeu que aquilo era uma página de uma historia em quadrinho muito particular.

X-MEN 135.

Sabia exatamente que página era aquela, pois sempre leu gibis durante toda sua infância. E seu primeiro real grande amor, muito antes da filha da professora, ou a filha do dono do bar, se chamava Jean Grey.

capa da edição americana de  X-MEN 135

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