23 de julho de 2014

Nosso Breve Resumo Até Aqui

Aee.
Gritei pela primeira vez.

Guria, Guria, 
moça menina.
Me tira do sério,
a noção de quem sou.
Sem demora entro em questão:
Se logo estou aqui,
como faço para chegar aí?

Tu bem disse que o caminho era difícil,
mas quão custoso
é o acesso do seu coração?

Sim,
admito que estou pulando estágios
pois nunca próximo te mirei,
não no intuito citado,
o considerável.
Te assitia a distância,
como um cão sedento
pela vitrine do polhastro da panificadora.

Era sede que sentia.
Sede que sinto.
Sedento por você.
Seu gosto,
saboroso.
Também da vitória do árduo caminhar,
mas em suma,
da vontade de ti acalantar.
Saciar a abstinência 
negada de imediato
do vício frenético
da minha obsessão 
criada por ti. 

Te via cruzar
linda, em prumo,
cheirosa, sofisticada,
graciosa e valiosa.
Desejável.
Mesmo um poeta fica
sem palavras para descrever 
o momento do teu movimentar.

Esperei o ensejo perfeito.
Eu de ninguém
queria me transmutar Nele.
(Assim mesmo, em maiúscula). 
Ideia cobiçosa,
mas no fim do rumo
finalmente cheguei.

Das minhas cantigas
te abalei.
Dirás que não,
tão típica de você.
Capciosa e libertina.
Não declamava verdade
nem falsidade 
do puro e simples desejo
que te expressei.
Mas eu bem sabia a verdade
que de tudo, estava a estudar,
pelo mero fato
de ter dito um basta de se machucar.

Sua voz doce,
do aparelho telefônico,
me transmitiu 
a falsa calmaria
da sua real essência.
Me salivou e me fez ter certeza.

Foi trabalhoso,
batalhar com tal retórica
foi que me fez perceber
que de guria moça menina
tu nada disso tinha.
Como de moça bonita
vira mulher imponente?
Independente.
Melancólica pela vida,
sofrida de desamores,
de quem fez escolhas cedo
e tarde demais vislumbrou que foram perdidas.

Do rompimento
da sua lista de insatisfação
me apeguei como atribuição.
Não por pedido,
mas por obrigação.
Sei que não precisa de mim,
e minha ajuda é ralé
pra quem chegou sozinha aí.
Afinal,
o que um canalha vadio 
pode fazer por ti?

Pelo triunfo menti naquela hora.
mas agora grito
que teu sorrir é minha pífia sina.
Sei que te faço rir,
risco uma.
Te faço bem,
essência e dia-a-dia.

Gritou passividade
e perguntei tal duração.
Pelo visto
paciência foi minha virtude
mais apreciada,
Com temperos de insistência
de quem enchia sua caixa postal,
De homem decidido,
de quem sabe o quer.

Duvidou de mim após a primeira rejeição.
Não queria,
não me afastaria.

Desdenhou do meu roteiro,
o mesmo que me fez te beijar.
Não ainda,
mas a proximidade clama,
e tenho certeza 
que dessa semana não se abana.

Fui empenhado,
Admito.

Escrevo isso
sem motivo.
Nada demais,
tudo que sabe
e tudo que foi dito.
Nosso breve resumo até aqui.
Apenas dedico à você,
sem maliciosas intenções,
sobretudo porque,
já tenho você.

Não prezo mais pela conquista,
apenas pela administração do domínio.
Te dedico simplesmente,
pois também bem sei ,
que de ninfeta desamparada 
você não tem nada.
Mas todo poeta tem uma inspiração,
e que mulher não se derrete
por delicadas poesias 
e a totalidade do seu som?

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