28 de dezembro de 2014

Crise Hídrica

"Consequências da crise hídrica faz sua primeira vítima", dizia o obituário do jornal naquela manhã. José Francisco Simões morreu com 34 anos, morava em São Paulo e tinha um sério problema, ele tinha um pau pequeno.

Em sua vida adulta este fato nunca o incomodou em nada, pois ele acreditava que o que realmente importava não era o tamanho da varinha, mas sim a mágica que ela faz. Sempre muito galanteador, suas amantes ficavam desapontadas no começo da noite, porém no final estavam complemente satisfeitas com o feiticeiro José.

Porém carregou um trauma infantil para seus dias atuais, que era fazer xixi em lugares públicos. Aos 7 anos José aceitou uma aposta de ir até o depósito do Mercado Municipal de São Paulo, e fazer xixi em cima das caixas de couve-flor, e depois sair correndo. Tudo isso por causa de 5 cruzeiros. 

Nessa seus amigos viram o tamanho do seu pinto, além de ter tomado paulada do mercador. Ficou traumatizado e não ganhou seus 5 cruzeiros.

Todo lugar que não fosse sua casa, José não conseguia urinar. Aos 11 anos, sua mãe, Ednalva, com medo de acontecer algum problema de saúde com seu filho por ele segurar o xixi, o ensinou um truque. Sempre que José ficasse com vontade, ele deveria ir a qualquer banheiro e apertar a descarga, assim o barulho de água descendo estimularia ele a urinar de verdade.

No dia 19 de dezembro de 2014, no meio da confraternização de fim de ano da firma, uma ambientalista, Ana Julia, ficou chocada quando José disse que sempre dá duas descargas quando vai fazer xixi, uma antes e uma depois. Ana Julia só deixou José em paz naquela noite, se ele prometesse que ele ia parar de fazer isso, principalmente porque São Paulo estava no meio de uma crise hídrica e deveríamos e reduzir os gastos imediatamente se não todos morreriam de sede.

No meio de tanta cerveja, José ficou se perguntando do porque disse pra todo mundo que tinha que dar duas descargas sempre que fosse aos banheiro. Claro que não contou sobre seu pequeno problema, embora algumas garotas que estavam na mesa soubessem do seu segredo, não queria que todos na numa mesa de bar ficassem sabendo disso. Porém, José se aproveitou que a ambientalista estava tão nervosa com o ritual dele, e se aproveitou para usar isso como uma arma de conquista.

José prometeu que nunca mais daria duas descargas, e que só daria descarga se fosse o numero 2, e ainda foi dormir na casa da ambientalista. Como sempre, no começo ela se indignou com o diminuto pênis de José Francisco, porém ficou em êxtase com as maravilhas que José fazia.

Após o coito, José queria urinar. Foi ao banheiro, sabia que não conseguiria completar a missão pois aquele não era o seu banheiro, e quando ia apertar a descarga para começar o processo, se lembrou da promessa que fez para a mulher que estava dormindo no quarto ao lado. Tinha tomado muita cerveja naquela noite, e ele preferiu segurar, do que deixar São Paulo inteiro na seca.

De manhã, Ana acordou louca para mais um pouco de José, porém percebeu que ele estava morto.

O legista disse que sua bexiga havia explodido, porém ninguém na sala havia entendido a causa da morte. Ele então usou uma metáfora para explicar: "é como um balão cheio d'agua que explode porque está cheio". Foi quando todo mundo entendeu.

Naquela noite, após o enterro, ninguém rezou, fez minuto de silêncio ou acendeu vela alguma, mas todos deram duas descargas em suas casas.

Na lápide está escrito: José Francisco Simões, mije em paz.

Pé de Rato

Eu tenho medo de rato.

Não é um medo normal. É uma parada quase feminina. Uma aversão que nem me deixa olhar para um animal desse nem pela televisão sem sentir vontade de me cortar.
Eu tenho medo do Mickey!
Nunca assisti Ratatouille!
Aqueles olhos grandes, com aqueles dentes proeminentes, e aquelas mãozinhas com pequenas garras sempre se mexendo. E aquele rabo pelado enorme que fica se mexendo, mexendo, mexendo... E o pior de tudo, não dá pra saber o que aquela ferinha está pensando.
Meu asco é tão grande, que ninguém... ninguém... faz ideia do que sofri para conseguir terminar essa descrição.

Enfim.
Minha casa é cheia de arvores. Tantas que se você olhar para cima em um dia de sol e céu azul, você não conseguiria vê-lo por causa das tantas ramas e galhos que se cruzam ao alto.
Aqui em casa somos amigo da natureza.
Meu pai montou um suporte de aproximadamente dois metros, próximo do pé de Graviola e de pitanga, e coloca periodicamente alpiste e milharinha junto de água com açúcar para que pássaros possam se alimentar e assim serem visitas frequentes em nosso lar.
Teve um dia que contei 17 passarinhos entre Azulões, Canários e Pintassilgos aproveitando o pouco que fizemos por eles.
São cenas lindas, um quintal repleto dos mais variáveis cantos. A sinfonia da vida.

00:22 - 28 de dezembro de 2014

Agora a pouco sai no quintal.
Aproveitar um pouco a brisa notur... SÚBITO, escuto um barulho próximo ao suporte de alpiste.
"deve ser algum passarinho" - penso.
Mas logo repenso minha teoria, pois pássaros não são animais de hábitos noturnos, logo, a menos que seja uma coruja fazendo aquele raspar de folhas, nenhum outro pássaro poderia estar ali naquele momento.
Me aproximo, e vejo a feição da morte.
Um roedor.

Me assusto e saio de perto. O horror é tanto que esbarro na bacia de água dos cachorros, que faz derramar por toda a extensão de minha panturrilha.
O barulho faz com que tal cavaleiro do apocalipse perceba a minha presença ele sai correndo...
PELOS GALHOS DA ÁRVORE.

EU JURO POR DEUS QUE TINHA UM RATO EM CIMA DE UMA ÁRVORE, tentando chegar na milharinha dos passarinhos. Eu juro.

Eu não sei se fui muito claro ao descrever o sentimento de repulsa que sinto por esse paladino amaldiçoado, mas apenas tente pensar na coisa que você tem mais medo, só que agora ela está EM CIMA DE UMA ÁRVORE!

Então vamos lá, caso ainda não tenha entendido. 
Ratos são demônios que Lúcifer, o anjo negro, achou melhor banir do tártaro por serem escrotos demais. Assim, esses roedores só puderam encontrar um lugar em que fossem aceitos, e que teria comida a vontade para eles: o lixo.
Ratos sofrem de fotofobia, o medo da luz, o que torna muito desagradável passeios diurnos dessas criaturas.
Ou seja, ratos vivem no escuro e no lixo. Portanto para evitar qualquer problema do coração, é apenas evitar tais lugares, principalmente de noite.
Só que não estamos mais salvos, pois a qualquer momento, quando menos esperar, um pequeno bastardo pode cair em cima de você, abir caminho comendo os seus olhos, e comer todo material orgânico que tenha dentro de você até chegar no seu coração e te matar.
Sim... Isso pode acontecer por que EXISTEM RATOS EM ÁRVORES!

Quer dizer que eles não estão satisfeitos com os esgotos e bueiros da cidade? ELES TEM QUE AGORA FICAR MONTADOS POR CIMA DA GENTE? Ficar nos vendo de cima, igual GTA 2? Já não basta as pombas, os morcegos e os vampiros pra nos atormentarem pelo ar, agora temos ratos evoluídos que conseguem subir em cima de árvores?

QUE PORRA É ESSA AGORA? Pé de rato?

Meu pai não reagiu muito bem com a minha sugestão de colocar fogo em nosso quintal.

Sinceramente não sei como vai ser o resto da minha vida com esses ratos voadores, a única coisa que eu sei nesse momento, é que meus cachorros vão ficar com sede hoje porque eu não volto no quintal agora nem pra conhecer o Richard Gere.

PS.: Eu adoro o Richard Gere.

3 de dezembro de 2014

Métodos Arcaicos

Gostei de você.
É sério!
Gostei do jeito que você cruza as pernas, e a marca vermelha que fica no seu joelho por causa da pressão do cruzar das pernas.
Gostei do jeito que você finge que não presta atenção, mas sorri escutando as besteiras que estão falando ao redor.
Seu sorriso.
Fácil.
Gostei dele. É Sério.
Gostei do jeito que sorri quando lê suas mensagens do whatsaap.
Provavelmente algum pretendente que aposta no seu riso. No beijo dele.
Disso eu não gosto.
Mas do seu sorriso sim. Sério.
O problema de mulheres como você é esse. São tantos os pretendentes na sua cola, que as coisas ficam mais difíceis... Concorridas. Temos que usar nossas melhores armas, e por favor, não nos culpe por isso. É você.
Então me apresento em armas:
Não sou poeta mas tento ser.
Escrevo sobre coisas inspiradoras.
E tenho uma mania terrível!
Costumo guardar todos meus poemas, contos e crônicas. Em cadernos, pastas ou em HD, sendo assim questiono: Como vou ter esse texto guardado, se entreguei pra você?
Sendo assim te peço algo, COISA QUE NUNCA FIZ ANTES!
Preciso desse texto, e preciso te conhecer.
Não tenho whats, é sério.
Acontece que acredito mais nos benefícios dos métodos arcaicos,
O poder da poesia, e essa carta pra você..

30 de novembro de 2014

A Última Poesia

Deixei de acreditar.
Primeiro em mim,
após a depressão,
em todos vós.
Desacredito nesse mundo bonito,
colorido e cheio de festim.
Sou objetivo,
e isso não me faz feliz.
Felicidade,
um conceito tão subjetivo,
ineficaz na prática
e tão efêmero,
que se faz desnecessário.
Este é o animal humano,
que quer tanto sentir
e dar sentido,
que se esquece de quem é:
um animal,
instintivo e feroz,
rude e bruto,
individualista
e sozinho
acobertado por mentiras banais,
"as morais".
Mentiras sem sentido
apenas para dar sentido.
E assim são os reais humanos,
mentirosos, egoístas,
fazem crer no amor e emoções
mas não prezam por elas.

Então o Poeta pestaneja.
Quando descobre
que escrevia mentiras.
Ideias enlatadas
sobre algo que não existe.
Quando descobre
que todas aquelas poesias para ela
foram em vão.
Quando descobre
que pensar em amor,
amizade e lealdade
de nada valia,
pois no final de quase todas as coisas,
a única coisa que sobra
é o individualismo.
O pensamento único dele mesmo,
que você foi só uma passagem,
um alimento momentâneo
que depois de consumido
é jogado fora.
E após muito mais que tudo isso,
o Poeta cai em depressão,
olha para os lados
e descobre que nunca valeu a pena acreditar,
que está sozinho,
e que sua arte
não passa de propaganda enganosa.

Essas são as pessoas
que tanto amamos
e nos preocupamos.
Que tanto não se importam
e que tanto não valem a pena.
Por isso desacredito,
pois descobri o que sou,
um animal
dotado de racionalidade.
Tão esperto,
que confia
em inconfiáveis,
selvagens instintivos.
Que te ama,
até melhor escolha.
Por isso desacredito,
pois não quero amar
sem ser amado.
Pois os momentos felizes,
não são para sempre,
e o mundo não é um lugar bom.
E é exatamente nesse mundo
que o Poeta perde o emprego,
a serventia,
pois, do que ele falará,
se do que ele tem que falar,
é uma farsa?
E não tem nada pior,
do que um Poeta
que perdeu a poesia.

20 de novembro de 2014

Tão Vazias

Um Poeta Vazio,
é um poeta sem poesias.
Poesias vazias,
São poesias sem emoções.
Emoções sem seus poetas,
é desperdício.
Emoções sem  poesias,
são sempre tão  vazias.
Poetas sem emoções
não escreve poesias.

2 de novembro de 2014

Meu-Bem Virtual

Teu rosto preenche minha lista de notificações.
Entendo,
o meu deve preencher a sua também.

Tudo isso porque tenho vontade de você,
em qualquer lugar,
eu só quero você!

Queria poder ir aí falar com você,
mas você carrega um ódio
que falaram pra você carregar.

Não existe diferença nenhuma.
Eu tenho a minha turma, e você tem a sua,
e é exatamente por isso que essa briga tanto dura.

Na realidade eu nem sei se isso é verdade,
mas me explica porque nos damos bem no virtual,
e nem nos olhamos no mundo real?

Eu até acho que essa vontade não é apenas minha,
que você quer tanto eu e você,
quanto eu mesmo em toda essa fantasia.

Sinceramente não sei o que faço.
Te vejo todos os dias tão distante,
e vejo seu avatar todos os dias tão próximo.

27 de outubro de 2014

Sobre Corrupção

Depois que a Dilma foi reeleita (por volta das 20h30 desta noite) eu briguei com muita gente por causa de posicionamento politico.

E depois de tudo isso, começo a entender o porque dos votantes tucanos acharem os esquerdistas são pessoas tão chatas: Porque nós temos argumentos, e eles não.

O único argumento que todo mundo grita em unisono é sobre a corrupção.

Eu, alias, no primeiro turno não votei no PT. Não votei porque estava muito descontente com alguns acontecimentos do governo da Dilma. Sobretudo com a grande corrupção.

Votei em Luciana Genro, com sua politica de esquerda radical, pois tenho o pensamento de que o governo deve governar para o povo em sua maioria, que aqui no Brasil, é o cara pobre, e não os burgueses que a direita tanto defende.

Luciana Genro defendia um posicionamento muito semelhante com o PT, mas tambem tinha a posição de não se envolver com grandes empresas e empreiteiras, ter apenas dinheiro limpo, para que o PSOL não entrasse no mesmo erro que o PT: A corrupção, que realmente é inegável.

Mas a verdadeira questão não é sobre a corrupção em si, pois corrupção existe em qualquer lugar (desde o deputado do mensalão, até o troco a mais que você não devolveu na padaria hoje de manhã). A grande questão na verdade está na punição desses corruptos.

E agora eu te pergunto... Onde mais que você viu políticos serem presos por corrupção que não fosse no governo de Dilma?

Claro que o julgamento do mensalão foi amplamente considerável pela mídia, pois os principais envolvidos eram políticos petistas. Mas, porque a mídia não esta falando tanto do cartel tucano dos metrôs paulistanos? Alias, no raking dos maiores escândalos de desvios de verba publica da historia do Brasil, todos são escândalos do PSDB. E adivinha só? Todos os envolvidos estão soltos, e ninguém está falando desses escândalos.

Ou seja, corrupção existe em qualquer lugar. O PSDB esconde seus ladrões, enquanto a Dilma os aponta e os pune. Nenhum presidente vai conseguir acabar plenamente com a corrupção, mas talvez diminui-la. Talvez um politico ladrão comece a pensar duas vezes antes de qualquer ato ilícito.

Então você que defende o PSDB, achando que é o partido da mudança, comece a estudar um pouco mais sobre história do Brasil, e veja como era o País nos 8 anos de FHC, e como o Brasil ficou com os 12 de PT. Não diga sobre corrupção, se você não sabe como tratar dela. Não use argumentos fúteis e pequenos, e acima de tudo, estude, leia o jornal de diferentes fontes, e comece a ter seu próprio pensamento, e não o que querem que você tenha.

Respeito todo tipo de pensamento, desde que ele seja fundado em algo de verdade.

16 de outubro de 2014

Dengue

Mai *réde junto menino,
pra esse papo escutá.
É a historia de Barnabé,
um véio sin vergonha qualquê.
Mas a prosa é interessante,
vide que vista esta
das conversa do caduco Mané.

Barnabé ainda bebê
tomava leite de canudinho
de tanta *mamparra que tinha
pá chupar nu peitinho.
Mais tarde na escolinha,
enquanto os menino a sola gastava
de chinela havaiana no pé,
o pequeno barnabé,
só de carrinho de mão andava
e nada da bota usava.

Durmia o dia intirin'
de baixo dos angazeiro.
Di barriga pru á,
tomando garapa
e tocando pandeiro.
O mais gordo da *famia,
era só falar de trampo,
que a moleza já batia.

Mas moço então crescia,
e Barnabé trabalho não tinha
e pá *pága as *regalia,
só se fosse de *caipira.
*Pique nele não havia,
e *garrô numa solução
para cair em *debandada.

*fito era simples,
e si *mancá Barnabé ia.
*escorá parô de lavá,
e o pé esquerdo a unha cortá.
Dum lado *urupé crescia
du oto a unha encravaria.
Toda vez qui seu pai ia pra roça,
Barnabé sempre mentia
que nos pés um fado tinha,
se não pra sina também ia.

Vida mansa era 'que queria,
nada de vida severina,
Barnabé doença não tinha
e ofício algum o *apetecia.
Dizia até os *mexeriqueiros
que seu pé parecia o de galinha,
que muito grave era,
e que solução nenhuma havia.

Inté hoje Barnabé *acamado afirma,
e vive de sua aposentadoria.
Nenhum *dotô sabia,
porque nenhuma doença parecia.
Mas o povo sabedoria tinha,
e isso há muito tempo atrás,
"*Dengue", era o que todos diziam,
aquela moléstia sem cura,
que Barnabé tanto sofria.

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11 de setembro de 2014

Todos Pensamentos em Voz Alta

Quanto pensamento cabe em um pensamento?

Ideias que chegam sem pedir licença, e outras que demoram muito tempo para amadurecer. Ideias que se esvaem como lagrimas na chuva, e outras duras e fixas. Ideias sérias, como teorias conspiratórias, e outras bobeiras sem sentido.

Às vezes aparecem tantos pensamentos na nossa cabeça que mal cabem na boca para serem reproduzidos. E quem disse que para se criar uma realidade, todos esses pensamentos e ideias tem que ser lapidados e organizados?

O Caos e a Desordem são os berços de mentes criativas.

Participante do 8º Festival 2 Minutos de Áudio e Vídeo da Universidade São Judas Tadeu 2014, baseado no tema "Deixa que digam, que pensem, que falem..." Trecho da música "Deixa isso pra lá", de Jair Rodrigues.


 Ficha Técnica

- Sobre o filme -

TITULO ORIGINAL: Todos Pensamentos Em Voz Alta
FORMATO: Curta Metragem
GÊNERO: Comédia, Experimental
DURAÇÃO: 3 minutos
ESTRÉIA: 11 de setembro de 2014
PAÍS DE ORIGEM: Brasil - São Paulo
LÍNGUA: Português - BR

Um filme de Bruno Vieira, Com Mah Freire

SÃO PAULO
2014

11 de agosto de 2014

O Segredo das Mulheres Apaixonantes #26 - Karol

Morena leoa dos brincos brasileiros grandes, corpo de mulher tropicana, lábios beijáveis e desejáveis. Estilo jeans, hippie, hiponga, floral. Olhos engraçados e dissimulados. Cabelo farto, cacheado e hidratado. Karol, mulher, poder.

Todos meus argumentos acabam aí.

Não tenho mais o que falar porque não somos de falar. Acredito que seu rancor por mim vem do rancor de suas amigas. Duas meninas não tão apaixonantes assim. Falta de comunicação, um desajuste, mea culpa, admito. Mas não existe absolutamente nada que eu possa fazer se elas não aceitaram meus pedidos de desculpas. Esforcei, me arrependi, mas tudo o que sinto que mais perdi, foi tua falta de confiança.

Afinal o que poderia querer falar comigo?

Bêbado e drogado. Um rapaz sem nenhum código de conduta, moral ou ética. E claro, o que mais eu poderia querer que não fosse sexo. Mas a grande realidade é que te vi a distancia e vi ali uma linda mulher que queria pra mim. Pena que a vida não é feita dos quereres.

Meu desejo secreto se mantém incógnito. Nunca falei nada, e admito que me falta a coragem de falar contigo. Apenas te olho, e tento fracas abordagens de amizade, mas vejo que bem pelo olho mágico você quer prestar atenção, quiçá, abrir a porta.

Inteligente e de opinião forte. Ativista, Uma cara pintada. Tem posicionamento politico forte, e sabe do que está falando. Uma esquerdista. Sabe tudo sobre Che, e foi a primeira a levantar a bandeira em São Paulo em julho de 2013.

Seu Jorge sempre esteve certo:

Karol é uma menina bem difícil de esquecer.
Andar bonito e um brilho no olhar.
Tem um jeito adolescente que me faz enlouquecer.
E um molejo que não vou te enganar.
Maravilha feminina, meu docinho de pavê,
inteligente, ela é muito sensual.
Te confesso que estou apaixonado por você,

Ô Karol isso é muito natural,
ô Karol eu preciso de você,
ô Karol eu não vou suportar não te ver.
Karol eu preciso te falar,
ô Karol eu vou amar você.

Eu vou amar você,
pois eu vou te dar muito carinho;
Vou te dar beijinho no cangote.
Ôi Karol
menina Bela, menina Bela.

E depois disso, ele fala apenas de uma relação com Karol que eu queria ter.

Naquela Noite Um Poeta Morreu um Pouco

Na noite de 31 de julho de 2014 na Lanchonete Cuca Ideal na rua Augusta, um determinado poeta morreu um pouco.

Últimos dias de férias, ele estava em seu melhor momento no trabalho, e todos os contos, crônicas e poesias que escrevia era lido com muito amor e apoio de todos seus mais próximos. Resolveu tomar umas cervejas para sorrir, mas o final daquela noite foi regado com lágrimas.

O maior amor que um poeta um dia terá, é com suas poesias. Próprias crias, filhos natos da experiencia única de escrever, cada letra era o relato de um momento inexpugnável da sua memória, as palavras de algo legitimamente essencial na vida. O que o Poeta, no papel de poeta, achou necessário exprimir com sua caneta num papel tal sabedoria para os outros e para o futuro.

Em tempos modernos tal Poeta virava mídias antiquadas e vencidas, porém eternas e primordiais: papel e caneta. Não saia de casa seu seu caderno, onde qualquer momento, ou qualquer ideia, tinha que ser assinados nas folhas de seu diário.

Lembra com carinho do primeiro caderno. Julho de 2012, por conselhos da uma professora muito bonita e inteligente por sinal. Marrom, sem nenhum desenho. Uma fita elástica para ajudar no fecho. O interior era intercalado com folhas pautadas, e folhas não pautadas. Imerso de desenhos, gráficos, listas e letras. Ideias dispersas de uma única cena de um longa metragem, ou estudos profundos sobre a edição não linear sob a perspectiva da escola russa de cinema. Lembranças de KINO.

Um ano depois, por meados de agosto de 2013, o desemprego assolou o Poeta, e nas últimas páginas em branco de seu primeiro caderno, arrumou um novo do novo empregador. Vida nova com caderneta nova. Verde, com as inscrições em baixo relevo "Cultura em Curso". Apesar da propaganda, nada poderia ser mais relevante do que tais palavras. Era com aquelas folhas totalmente em branco, que a cultura do jovem Poeta era estudada em textos políticos, contos sobre mulheres e cronicas do seu dia a dia.

Seu terceiro caderno era menor, um "war notebook" de bolso. A ideia era simples: Quando estiver sem mochila, ele colocava o caderno menor no bolso, pronto para qualquer ocasião. O Poeta era tão dependente de suas folhas e canetas, que ele já chegou a leva-los para a balada. E sim, ele escreveu um lindo poema na vitrine humana.

Mas naquela fatídica noite, no meio de drogas licitas e ilícitas, seus cadernos sumiram.

Ele olhou para o lugar onde estava sua mochila, debaixo da mesa, no canto encostado na parede, e ela não estava lá. Alias, estava no lugar mais difícil de pegar dentre todas as mochilas daquela mesa. A respostas da questão era uma: Roubaram, mas quem é boçal que rouba de um poeta? 

Um livro de contos de Machado de Assis, A Saga da Fênix Negra e Marvel Zombies em edições de luxo, duas sobre-blusas de verão, 40g de maconha, um dichavador, seda tipo prata, um perfume, camisinhas, a própria mochila (presente do pai de aniversario, não tinha feito nem 6 meses), e seus três cadernos.

"Tinha alguma coisa de valor?" - perguntou um dos amigos? Carteira, celular e o molho de chave estava no seu bolso, mas o real valor tinha ido embora. Uma parte da sua alma. Seus filhos que sabia que não voltarão nunca mais.

O Poeta se machucou tanto, que como uma metáfora, ficou sem palavras.

Quem é o Poeta sem poemas? O Poeta sou eu.

2 de agosto de 2014

Guardanapo Amassado

Com Paloma, Priscila, Luiz, Da Hora, Thais, Isabela, João, Vitória, Andreza, Peter, Claudinha, Fábio e Cida.

Na mesa do bar,
estava amassado.
Passou pela ideia da praia,
do plano do agora
para uma esperança perdida
do final de semana a seguir.

Passou pela Da Hora daora
naquele fatídico Brasil e México.
O golpe entorpecente
os litros etílicos
que só uma copa aqui
poderia oferecer a todos nós.

Viu chegar Claudinha,
Fábio e a Cida.
Andreza teve que ir.
Lembramos do colírio Luiz,
da Paloma com o namorado,
e das piadas sem graças do DVD.

Na mesa do Bar,
Estava amassado.
Sem graça e apagado.
Mas pela eternidade do momento
lembrei de lembrar,
e escrevi.

1 de agosto de 2014

Loucura e Contenção

Deixe que falem
que sou sujo,
imundo,
mal, vil,
canalha e calculista.
Deixe que pensem.

Pare
e volte.
Porque escolhi você?

Eu sou loucura e você contenção.
Furacão em ebulição,
Controle total da aeronave.
Eu sou espuma querendo vazar,
você é a triste forte borda que tenta me segurar.

Eu sou rua, você é casa,
eu sou amigos, e você pai e mãe,
eu sou droga, e você a reabilitação.
Eu sou o cigarro, e você o bruto carinho de arrancar e rasgar as minhas cinzas sombrias de uma alma em perdição.

Eu sou os poemas perdidos de um poeta,
ou as lágrimas por um cadáver familiar.
Você é o otimismo de reescreve-los,
ou os dizeres reconfortantes de que o morto foi para um lugar melhor.

31 de julho de 2014

Xenofobia

Coautoria de Claudia Nunes, Hermes Neris e Isadora Magalhães

Selma era uma jovem colega de trabalho. Todos no escritório estavam na flor da idade, bonitos e festeiros. A era de ouro.

Selma era tão festeira que as 50 pessoas na festa de inauguração do seu primeiro kitnet apertado no centro da cidade, já há 5 anos, está na boca do povo até hoje. Épica! Tanto que no primeiro mês que estava morando numa garbosa casinha vermelha na alta Pompéia, 15 minutos do terminal da Barra, fez uma pequena reunião com o pessoal do serviço.

Coisa pequena. Vinte e poucas.

Entre um baseado, cerveja, MPB e catuaba, conheci uma das moradores de tal belo casebre: Isadora. baiana tropicana, advogada com o mais sensual sotaque soteropolitano que a terra da descoberta poderia dar.

Naquele dia aprendi muitas coisas com Isadora. No sofá, junto com algumas pessoas, entre a rádio tocando e o Paulo procurando o Beck, Isadora nos contemplou com as mais belas histórias da tradição e do folclore BR.

Isadora disse que a primeira filha de um casal, sempre era recebida ao mundo com um lindo canto do pai, parentes, enfermeiros e médicos durante o momento do parto: Minha pequena Eva/ Eva!

Isadora nos contou que os votos de casamento são diferentes daqueles católicos tradicionais, - Autorização direta do Vaticano, pois perceberam a forte tradição do povo e que também não fere a palavra de Deus - e são compostos pelos versos: Oh (nome da pessoa) / mil e uma noites de amor com você,/ na praia, no barco,/ no farol apagado,/ no moinho abandonado numa grande alto astral./ Lá em Hollywood, pra de tudo rolar/ vendo estrelas caindo/ vendo a noite passar,/ eu e você,/ na ilha do sol./ Eu e você na ilha do sol./ Eu e você na ilha do sol./ Do sol! (aceitável leves modificações).

Sobre a culinária Baiana, Isadora foi categórica em dizer: É tudo feito de carne. Tanto que, o que nós paulistas conhecemos com 'pão', aquele bolo de trigo inchado adquirido no padeiro do Seu Zé mais próximo de sua residencia, na Bahia é aquilo que nós chamamos de 'kibe', aquele bolo de carne prensado adquirido na lancholícia mais próxima de sua residencia.

Todos acordam pontualmente às 7 AM. 7:30 AM todos na mesa pro café. O menu é longo: Tem rabada, arroz tropeiro, feijoada com sarapatel. E claro... Muito pão com manteiga, AKA kibe com carne louca.

Até chegar a hora do almoço, um bife a cavalo com porção de toicinho. No almoço mocotó com caldo de jenipapo, mocotó com pão, bode assado com farofa de carne seca, bolovo com bacon frito na gordura de embu, buriti e mocotó.

Para tampar o buraco do estomago até a janta, muito pão com ovo na banha de porco. Uma jantinha básica, e pra finalizar o dia uma bolacha cream cracker acompanhado de um copo quente de leite de cabra com toddy antes de ir deitar. Sem contar é claro, dos assaltos noturnos à geladeira.

Isadora também falou sobre a tradição que os locais tem de receber os visitantes nos aeroportos e rodoviárias do território baiano. Alguns políticos até diziam que tal corinho era incentivo ao turismo sexual, mas foram tombados na votação da câmera em 2003. O episodio ficou tão famoso, que até o ministério do turismo fez um comercial com o famoso refrão dos batuquistas: É o novo som de salvadô,/ é o novo som de salvadô,/ paquerê, paquerô! (repete ∞ vezes).

Outro refrão famoso no grande êxodo rural, onde o estado perdeu grande parte da sua população masculina para estados mais industrializados, as mulheres, mães e esposas que ficaram sozinhas cantavam em coral: Eu fui embora e meu amô chorô,/ eu fui embora e meu amô chorô,/ vou voltar,/ vou voltar./ Eu vou nas asas de um passarinho,/ eu vou no beijo de um beija-flô / o tictictac do meu coração,/ renascerá!/ Timbalada é a semente de um novo dia,/ nordeste, sofrimento, povo lutador,/ entre males e montanhas com você eu vô!/ Amor é só me chamar que eu vô!/ EU VÔ!.

Isadora ficou horas contando suas experiências.

O Beck e o Paulo estavam rindo alucinados no sofá. Selma achou tão interessante que já virou rotina, em todas suas festas, o pessoal forma uma roda perto dela pra poder contar sobre esse diferente folclore.

Já eu?

Eu adorei conhecer Isadora. 

23 de julho de 2014

Nosso Breve Resumo Até Aqui

Aee.
Gritei pela primeira vez.

Guria, Guria, 
moça menina.
Me tira do sério,
a noção de quem sou.
Sem demora entro em questão:
Se logo estou aqui,
como faço para chegar aí?

Tu bem disse que o caminho era difícil,
mas quão custoso
é o acesso do seu coração?

Sim,
admito que estou pulando estágios
pois nunca próximo te mirei,
não no intuito citado,
o considerável.
Te assitia a distância,
como um cão sedento
pela vitrine do polhastro da panificadora.

Era sede que sentia.
Sede que sinto.
Sedento por você.
Seu gosto,
saboroso.
Também da vitória do árduo caminhar,
mas em suma,
da vontade de ti acalantar.
Saciar a abstinência 
negada de imediato
do vício frenético
da minha obsessão 
criada por ti. 

Te via cruzar
linda, em prumo,
cheirosa, sofisticada,
graciosa e valiosa.
Desejável.
Mesmo um poeta fica
sem palavras para descrever 
o momento do teu movimentar.

Esperei o ensejo perfeito.
Eu de ninguém
queria me transmutar Nele.
(Assim mesmo, em maiúscula). 
Ideia cobiçosa,
mas no fim do rumo
finalmente cheguei.

Das minhas cantigas
te abalei.
Dirás que não,
tão típica de você.
Capciosa e libertina.
Não declamava verdade
nem falsidade 
do puro e simples desejo
que te expressei.
Mas eu bem sabia a verdade
que de tudo, estava a estudar,
pelo mero fato
de ter dito um basta de se machucar.

Sua voz doce,
do aparelho telefônico,
me transmitiu 
a falsa calmaria
da sua real essência.
Me salivou e me fez ter certeza.

Foi trabalhoso,
batalhar com tal retórica
foi que me fez perceber
que de guria moça menina
tu nada disso tinha.
Como de moça bonita
vira mulher imponente?
Independente.
Melancólica pela vida,
sofrida de desamores,
de quem fez escolhas cedo
e tarde demais vislumbrou que foram perdidas.

Do rompimento
da sua lista de insatisfação
me apeguei como atribuição.
Não por pedido,
mas por obrigação.
Sei que não precisa de mim,
e minha ajuda é ralé
pra quem chegou sozinha aí.
Afinal,
o que um canalha vadio 
pode fazer por ti?

Pelo triunfo menti naquela hora.
mas agora grito
que teu sorrir é minha pífia sina.
Sei que te faço rir,
risco uma.
Te faço bem,
essência e dia-a-dia.

Gritou passividade
e perguntei tal duração.
Pelo visto
paciência foi minha virtude
mais apreciada,
Com temperos de insistência
de quem enchia sua caixa postal,
De homem decidido,
de quem sabe o quer.

Duvidou de mim após a primeira rejeição.
Não queria,
não me afastaria.

Desdenhou do meu roteiro,
o mesmo que me fez te beijar.
Não ainda,
mas a proximidade clama,
e tenho certeza 
que dessa semana não se abana.

Fui empenhado,
Admito.

Escrevo isso
sem motivo.
Nada demais,
tudo que sabe
e tudo que foi dito.
Nosso breve resumo até aqui.
Apenas dedico à você,
sem maliciosas intenções,
sobretudo porque,
já tenho você.

Não prezo mais pela conquista,
apenas pela administração do domínio.
Te dedico simplesmente,
pois também bem sei ,
que de ninfeta desamparada 
você não tem nada.
Mas todo poeta tem uma inspiração,
e que mulher não se derrete
por delicadas poesias 
e a totalidade do seu som?

17 de julho de 2014

Poema da Moça Perdida

Moça de cachos fáceis
e sorriso dissimulado.
Encantamento efêmero
da brutal urbanidade.
Beleza vista a distância,
momento de encanto no subterrâneo.

Blusa vermelha listrada,
mochila cheia desengonçada.
Momentâneo gozo
perdido na multidão.

Maldito aquele que ocupado está,
mas, bendito aquele que ti deslumbrar.

Vou te procurar,
mas não vou te achar.
Apesar,
contente por te ver passar.

---

15 de julho de 2014

Canalhas Urbanos #02 - O Aluno e a Atriz

Epilogo do Aluno

O Aluno está apenas de cueca deitado na cama do quarto do motel. Está mexendo no painel ao lado procurando uma rádio legal. A Atriz sai do banheiro enrolada numa toalha e senta próxima dele.

Ela pede um beijo. Ele retribui e desliga o rádio.

AT - Porque desligou? Essa música é ótima!
AL - Tenho quete fazer uma confissão.

A Atriz se ajeita na cama um pouco tensa. Ele senta do lado dela e pega em sua mão.

AL - De todas as atrizes daquele filme... Você era quem eu mais sentia tesão. - Diz segurando o riso.

A Atriz começa a rir despreocupada.

AL - É serio... Porque você esta rindo? - Rindo também - Você de calcinha vermelha... Que delicia era ver aquilo todo dia!
AT - Que bom... Eu ficaria brava se não fosse! - Diz rindo.

Ele começa a beija-la e a deita na cama, tirando a toalha molhada de seu corpo delicadamente.

Tomo Primeiro - do primeiro (re)encontro

A Praça Roosevelt estava toda decorada com bandeirinhas de festa junina, uma fogueira no meio da praça, e a grande maioria das pessoas vestida de camisa xadrez. Por sorte o Aluno e seu amigo Editor estavam trajando camisas flanelas xadrez também.

Por eles passa uma mulher baixinha de cabelo channel. O Aluno fica olhando pra ela tentando reconhece-la.

AL - Eu conheço aquela mina!
ED - Conhece nada!
AL - Juro... Ela é atriz, editei um longa com ela.
ED - Sério?
AL - Juro... Tenho quase certeza que é ela...
ED - Chama ela - Duvida dele.
AL - Vou chamar...
ED - Vai nada... 
AL - Hey... - Grita o Aluno para a Atriz.

O Editor se esconde de vergonha na própria palma da mão, e ela olha curiosa.

AL - Aquela comédia erótica sai ou não sai?
AT - O que? - Se questiona intrigada. - Que... Quem é você?
AL - Eu fui um dos alunos editores de um filme que você atuou... Lembra? Faz uns 5 anos já!
AT - Sim... Claro que eu lembro... Nossa quanto tempo!
AL - Pois é... Fiquei de olhando e pensei: Conheço aquela moça de outras telas!
AT - Quanto tempo... Até me esqueci deste projeto... Que saudade.
AL - Nem me fala... Faz tanto tempo que não falo com o Diretor.
AT - Nossa... E eu então? Lembro que uma vez ele convidou todos os atores prum bar pra mostrar o primeiro corte do filme...
AL - Sim, nós que fizemos esse corte!
AT - Então... Acho que essa foi a ultima vez que eu o vi.
AL - Também estava no bar esse dia... Mas a gente não conversou muito... - Diz um pouco melancólico. 
AT - Última vez que o viu foi lá também?
AL - Não... Uma vez fomos em outro bar... Só os alunos editores, e a gente conversou lá, mas ele não tinha muitas novidades sobre o filme não. Vi uma vez que ele postou na internet que tinha mandado um projeto incompleto para Cannes, só que a banca não aceitou.
AT - Nossa... Eu não sabia disso...
AL - Tem que se informar! - Diz rindo.
AT - Mas como era esse curso? Eram vocês que editavam?
AL - Eu tava até falando pro meu amigo - Indica o Editor - Você conhece bem o ego do Diretor né?
AT - Sim... - Rindo - Megalomaníaco!
AL - Exato... Esse era o termo que estava procurando: Megalomaníaco!
AT - Tem que se informar menino! - Tira o sarro do Aluno.
AL - Enfim... - Rindo com ela - O diretor em toda sua eloquência quer lançar no cinema 4 versões do mesmo filme!
ED - Nossa... Sério? Como isso?
AT - Ele comentou comigo... Cara maluco! - Dando risada.
AL - Ele gravou o mesmo roteiro com 23 atrizes e 23 atores, ou seja, tem material pra caralho. - Explica.
AT - E ai você pode brincar com isso...
ED - Fazendo várias montagens do mesmo filme. - Interrompendo a Atriz.
AL - Exato... E ai ele ministrou um curso de edição de vídeo, onde os alunos aprendiam a usar no sofware e tambem editava o filme dele. Eu era um desses alunos que estava editando uma das 4 versões.
ED - E as outras?
AT - Uma era dele né? Outra de um amigo e a outra era um mistério.
ED - Um mistério?
AL - Provavelmente será ele mesmo que vai editar... Mas ele não quer contar!
ED - Adorei!
AT - Ele é maluco! Mas tomara que dê certo... Alias... Depois de tanto tempo o que será que aconteceu? Será verba? Finalização? O que está faltando pra esse filme sair gente? - Simulando desespero.
AL - Sinceramente não sei... Mas se fazer um filme já é difícil, imagina quatro?
AT - É verdade...
ED - E sobre o que é o filme?
AT - Relacionamentos! - Diz junto com o Aluno.
AL - Putaria! - Diz junto com a Atriz.

Todos começam a dar risada.

ED - Sobre a putaria dos relacionamentos então?
AT - Sim... Um pouco sobre isso.
AL - São dois personagens falando pela internet, mas um não vê o outro, é apenas por voz. Um tentando conquistar o outro, e assim, eles ficam se masturbando o filme todo!
AT - Por isso de todos esses atores e atrizes... Porque quando você conversa com alguém que não conhece pela internet, você não faz ideia de quem ele pode ser. Pode ser qualquer um.
ED - Genial... To gostando desse cara!
AT - Ele era genial... Todos os takes estavam lindos...
AL - Sim é verdade... A estética estava linda mesmo...Mas eu to tentando lembrar da estética da sua parte... Me esqueci...
AT - Eu tava num quarto todo menininha, rosa, com uma decoração super fofinha e...
AL - Não... - Interrompe rindo - Como você estava vestida?
AT - Ah... - Fala com vergonha - Tava de baby doll cinza, se não me engano, e de calcinha vermelha.
AL - SIM! Lembrei... Como fui me esquecer de você de calcinha vermelha...
AT - Ah... Como você é bobo! - Diz rindo. Sem graça, ela olha pro lado e vê um conhecido - Ah... eu vou ali falar com meu amigo e já volto tá?
AL - Beleza... Vai lá!

Enquanto ela vai indo embora o Editor e o Aluno ficam olhando pra ela. O Editor vira consternado para o Aluno.

ED - Você já viu ela só de calcinha? Calcinha vermelha?
AL - Já - Diz metido. - De calcinha fio dental vermelha... - Saboreando a lembrança.

Ela continua conversando com seu amigo, enquanto os dois não tiram os olhos dela.

ED - Você quer pegar ela, não quer?

O Aluno a finta sem parar, enquanto ela nem percebe que esta sendo observada.

AL - Se ela voltar aqui, eu pego!
ED - Quem você não quer pegar? - Pergunta irônico.

Ambos continuam olhando pra Atriz, que está conversando e dando risada com seu amigo.

ED - Ela não vai voltar...

O Aluno continua olhando por vários segundos, até que desiste e se vira.

AL - Vamos embora... Ela não vai...
AT - Gente - Chega ela de surpresa - Ta rolando uma festa da ocupação lá no vale do Anhangabaú... Vocês querem ir?
ED - Pra falar a real eu to indo embora... Tenho umas coisas pra escrever ainda... Você vai ficar? - Pergunta pro Aluno.
AL - Acho que vou... Você vai sozinha? - Pergunta para a Atriz.
AT - Não... Vou encontrar meu amigo, ele esta tomando cerveja num bar lá embaixo... Conhece o Bar do Osama?
ED - Nossa... É super caro lá!
AL - Ah... Amigo... Se...Seu namorado? - Pergunta curioso.
AT - Não - Diz rindo - É meu amigo. Ele namora. Eu sou Solteira. Apenas. - Continua rindo.
AL - Ah entendi... - diz sem graça.
ED - Beleza então gente - Diz dando um abraço no aluno, e se despedindo da Atriz - Tô indo já!

Aluno e a Atriz observam o Editor ir embora. A Atriz indica o caminho, e os dois começam a andar e conversar.

---

Tomo Segundo - da caminhada da decepção

O Aluno e a Atriz estão descendo a Rua Martins Fontes, rumo ao Bar do Osama, próximo ao metrô Anhangabaú. 

14 de julho de 2014

Sobre FIFA World Cup Brazil 2014 - 7/7

Se o técnico holandês desprezou tanto a disputa do Terceiro lugar, porque não deixou pra gente?
A gente não desprezava tanto assim.

Finalmente chegamos no 7º passo da seleção brasileira.
Não o que queríamos, mas é o que temos.

Quando comecei a escrever essas crônicas sobre a copa do mundo, tive a audácia de anunciar 7 partes, um texto para cada jogo do Brasil. 7 pois são 7 jogos que precisam ser jogados desde a fase de grupos até a grande final. E fiz isso como se já fosse fato de que o Brasil fosse ser o campeão deste campeonato.
Sim, acreditei. Conspiratório como sou, depois daquele primeiro jogo achei até que D. Dilma tinha comprado a FIFA. O que faria muito sentido dado nosso estado político atual. Mas não.
A copa das copas, era o que estava sendo anunciado para todos os ventos.
E realmente foi.
Uma copa do mundo tão inacreditável, que o dono da casa, o grande favorito, tomou 7 gols numa semi-final. Onde mais poderíamos ver isso?
Não que a opinião dele realmente importe, mas Blatter disse que foi a melhor copa que ele já viu! E olha que ele já viu muitas copas hein...
Em resumo, éramos uma seleção fraca que teve sorte de chegar até onde chegou, mas caiu no primeiro grande obstáculo. 
E saímos mancando...

Sobre a final digo: O medo é da zoeira... O que podemos fazer é esperar uma vingança Alemã...
E o que mais irrita é ver nosso principal rival, a seleção da Argentina, que tinha um seleção muito parecida com a nossa: Um craque e o resto - na final da copa do mundo. Visivelmente mais preparada que a gente, mas será que eles realmente mereciam estar na final da nossa copa?
Ganhar jogo de Pênalti não é muito honrado e válido... Lida-se com a sorte, não coma habilidade. E a Holanda é muito mais habilidosa do que da Argentina.
E mais habilidosa que a nossa tambem... Mas antes de começar o jogo ninguém fala nada.

E assim chegamos aqui... Brasil e Holanda para disputa do 3º lugar.
A pequena sétima parte deste grande ato.

--- Do jogo

Humilhados contra a potente Holanda.
O jogo mal começou Thiago Silva, Aquele que tanto sentimos falta, puxa a camisa de Robben. Bem marcada, se não fosse o fato da falta ter acontecido fora da área, e o Juiz marcou um Pênalti.
Brasil 0 x 1 Holanda. 2 Minutos de jogo. Medo da média se manter.
O primeiro chute de oscar foi depois dos 20 minutos, onde o placar já marcava 2x0.
Pouco se fez. Até no segundo tempo com todas as mudanças que Felipão fez: Hernanes e Hulk... 
A coisa é tão feia que quem tava dando dica de jogo para Thiago Silva era o menino lesionado Neymar.
E pra finalizar com chave de ouro, um gostinho da especialidade holandesa, um último gol aos 15 minutos.
Finaliza com 3x0.
Minutos depois, já no final do acréscimo, eles finalizam de novo e trocam o goleiro (só pra zuar).

Para ser bem sincero não teve diferença nenhuma entre o jogo contra a Alemanha e a Holanda.
Apenas o saldo de gols porque a desestrutura Brasileira foi a mesma.
E se não mudar nada dentro da CBF dentro dos próximos 4 anos, também não vai ter hexa em 2018.
Não adianta nem cismar. 


E foi assim que acabou.

12 de julho de 2014

Ideia de Nós

Para Nathália Bancalero
1º tratamento

Como canalha citadino
toxicomaníaco do regojizo carnal
em suma admito:
Dos conservadorismos fraternais que ti carrega,
urino em contentamento efêmero.

Conclusivos dirão que não.
outrora cantaria que tal sina não existia,
mas com o hábito
tu percebi.

Tenho a ideia de nós,
como um.
Visto isso, explico:
Nós.

Acerca de mim,
nenhuma pronuncia apagará meu passado,
nem libertinagem, nem tripúdio.
Mas não sou capcioso em dizer
desta minha omissão
para ti acalantar.

Acerta de você,
inocência maior não há,
violenta das imoralidades
uma infante apaixonante.
Considero sua licença como caução
do meu ser vil.

Não peço ensejo
é de natural porvir esse fado.
Deixa de ser ideia
quando nós somos ela.

Por fim
acerca de nós,
nós.

11 de julho de 2014

Sobre FIFA World Cup Brazil 2014 - 6/7

Sim... Eu acreditava.

E começa o jogo no Mineirão.
5 Alemanha 0 Brasil.
Insisto em ver até o final do segundo tempo.
7x1.

Não pareceu ter 90 minutos. Foi o jogo mais rápido da copa.


PS.: (Post Scriptum ou de Pêsames)

Culpar Felipão agora é facil. Em 2006 tanto choramos, em 2010 tanto gritamos: VOLTA FELIPE! Aqui está ele! Porque brigar agora?
Sim 7X1 é um placar vergonhoso, humilhante e histórico. A maior derrota de todos os tempos. Tantos títulos para nossa derrota, que perdemos as contas dos records que batemos.
Não Neymar não ia mudar em nada o resultado, talvez Thiago Sllva no meio de campo fecharia um pouco mais, mas mesmo assim agora é irrelevante.
Após o jogo do Chile vimos a seleção chorando, e todo mundo dizendo "isso mesmo, chore, é bom pro coração", mas não prestamos atenção ali um forte sinal de fraqueza psicológica e emocional. Pois foi exatamente a falta de estabilidade psicológica que fez o Brasil tomar essa goleada.
E não era só a seleção que estava assim, era a nação inteira.
Todo mundo sabia que o Brasil não tinha enfrentado nenhuma seleção forte, pegou uma chave fraca, e mesmo assim teve trabalho de chegar onde estava.
Choramos com México! Choramos com Chile!
Passamos na sorte, mancando, sem habilidade. Vibrávamos com nossas falhas vitórias e não nos damos conta do buraco que tinha nessa seleção. MESMO COM NEYMAR LÁ NA FRENTE!
Então vem a Alemanha em sua ótima campanha!
Alemanha que nem suou a camisa jogando. Alemanha que no segundo tempo ficou brincando com a gente, porque se quisesse fazer mais 10 gols não ia ter ninguém para impedir. A Alemanha preparada.

O pior de tudo é... Ninguém liga pro 3º Lugar.
Mas todo mundo liga pra um 7x1.

5 de julho de 2014

Sobre FIFA World Cup Brazil 2014 - 5/7

Não sabia o que era medo... 
Até o final do jogo.

Admito que duvidas pairavam sobre minha mente perante este jogo.
Cá entre nós, onde estava aquele futebol magia que nossa seleção sempre nós deu? 
Nessa copa as coisas estão complicadas. Não só para o Brasil.
Seguido daquele empate com o México, e aquele jogo doído contra o Chile, após ver a performance da Colômbia nessa copa, estava em estado de choque.
MAS PASSOU.
Tiago Silva, tão quietinho, fura a zaga inteira e converte: 1x0. GOOOOOL!
Estava bem mais calmo!
Mas calmaria veio por pouco tempo, no segundo tempo aquele homem que fez o gol virou um menino e tomou cartão amarelo. Não vai jogar contra a gigante Alemanha. Mas ok, ainda temos o Neymar... (ch-ch-ch-choro).
Então vem Colômbia com um Gol... Assustou, mas logo veio o grito de satisfação ao saber que estava impedido!
Ok, mas sem problema nenhum, veio o menino de ouro: DAVID LUIZ, com o chute certeiro na cobrança de falta.
O medo estava muito longe dos sentimentos que passamos durante esse jogo, mesmo com o Julio Cesar tomando cartão amarelo (que cá entre nós, foi merecido sim, RS) todo mundo estava tranquilo. Estava confiando no goleiro que nos trouxe pras quartas de finais... GOOL!
2x1 que poderia ser um 2x0, mas sem problema tambem.. O jogo está acabando e nada mais pode acontecer...
41'
...

Em 1962 Pelé tambem saiu da copa porque se machucou. Logo entrou Amarildo que salvou a seleção, e trouxe o titulo pra casa.
Mas agora eu Pergunto CADE O AMARILDO?
A PMRJ tirou o hexa do povo! CADE O AMARILDO?
Como fazer contra a Alemanha sem o capitão e sem o menino boleiro Neymar...

Treta has been planted.

O Segredo das Mulheres Apaixonantes #25 - Anne

"À paz mundial, ao sexo animal e a sacanagem": esse foi um brinde tranquilo de Anne.

Anne é loucura. Fora de compostura. Despedida do discernimento. Anne é compreendida na incompreensão, animalesca, selvagem com limão, sexualidade não reprimida, mulher dominante, o martelo final. Diga onde Anne vai, que discípulos seguem. A luz no fim do túnel, a esperança de loucuras num final de semana ocioso. 

Anne.

Ela sempre diz que não vai virar na rua, digo que é mentira. Anne te leva ao fundo do poço e dá risada. É onde eu quero estar. Você é estatística, vai virar história em roda de embriaguez. Anne é embriagada.

Uma vez fomos comprar etílicos juntos. Pela verba, a questão era se comprava refrigerante para misturar com a vodka ou não:

 - Ah! vamos beber no pêlo!
 - Não fala no pêlo que o coração já machuca. - Exclama sóbria.

As frases de Anne. Espere qualquer tipo de coisa vindo dela. Exaltada, sóbria, chapada, Anne é estado de espirito antes de qualquer coisa. 

Anne foge da condição de mulher comum. Anne é distração, apaixonante. 

Sexo com Anne é caviar, todos querem, quase poucos tem. Sonho de consumo. Anne é consumista. Explicito, vontade e paixão. Animalesco.

Anne dita moda, cria amigos como ideias e gado, apaixonada pelo momento. Cria planos que dificilmente serão findados. Ela fala isso pra todos. Sorte de nós, pobre de nós. Anne é instabilidade.

Anne é droga, sem ela é abstinência. Raro com ela, maldito sem ela. Não conheço alguém que viva bem sem doses frequentes de Anne.

30 de junho de 2014

Sobre FIFA World Cup Brazil 2014 - 4/7

- Eu tenho 7 anos. 
- 10. 
- 8. 
- E a gente quase viu o Brasil perder pro Chile!

Minas Gerais, 28 de junho de 2014, começo do mata-mata da copa do mundo. Famoso tudo ou nada.

Logo ali no hino nacional dos chilenos, o povo brasileiro sempre muito bem respeitoso os vaiam... Chi-chi-chi le-le-le.
O jogo começa devagar, sofrido, O sol mineiro está castigando em pleno 27°.
Lançamento de menino boleiro Neymar, bate na cabeça do Thiago, que da-le David Luiz! VAI QUE É TUA! É GOOOOOO....Perai, foi gol dele mesmo?
Menino ator boleiro Neymar dá um duplo mortal pra trás e bate na cabeça no chão por causa de um esbarrão em Vidal.
Bruna Marquezine dando aulas.
No ataque chileno, o Brasil não marca ninguém, e vem Sanchez sozinho no meio da pequena área. Julio Cesar se estica mas não tem jeito, empata.
Marcelo joga bem, a força dessa zaga está nos cabelos.
No finalzinho do primeiro tempo o jogo começa a ficar sofrido. Em oitava não existe empate.
Aos 39 Fred aparece na área com Neymar, e chuta longe!
PUTA QUE O PARIU, É O PIOR CAMISA 9 DO BRASIL!
Daniel Alves chuta de longe.
Nos acréscimos, saída de bola errada do Julio Cesar gera montinho na área. O Brasil sente o 2x1. A torcida vaiou.
Com o ar de "presta mais atenção", o primeiro tempo acaba com um pedala que o Fred toma. RS.
Hulk domina e chuta feio... Não foi gol! Mentira! Que gol horroroso!
Nem... Juiz falou que ele dominou com o braço. E toma amarelo ainda. lance Polêmico.
 - Arnaldo Cesar Coelho?
 - FOI OMBRO! FOI OMBRO! Ombro não é braço! FO'MBRO!
Sai Fred entra Jô!
Chile vem com tudo. Com a mão esquerda Julio defende uma bomba.
Como diz Galvão "é perigoso ver o goleiro brilhar muito no jogo". É o único jogador que se não fizer nada é um bom sinal.
Todo mundo está preocupado. Brasil tem que reverter o jogo, mas já passou da metade do segundo tempo. O fantasma de '50 assombra a todos, mas temos medo de falar em voz alta.
Derrubam Hulk na área.
Jô tava com a bola no pé, a que Hulk mandou, mas ele cai. O Fred teria acertado.
Chuta Hulk, chuta Marcelo. Quando se discute onde está o Neymar, ele chuta.... Goleiro defende.
Menino boleiro Neymar está com dor o jogo todo.
E pronto... Entramos na prorrogação.

--- Prorrogação

O incrível Hulk corre com força. Cai perto da área. A prorrogação começou.
Na cobrança da falta Neymar cobra, todos ficam tensos, Chuta mal. O chile está embaçando.
E esse pé alto do Jô? Quase decapitou o goleiro chileno!
Aos 15 minutos, Daniel Alves toma um amarelo de uma falta que não existiu. Esse juiz tá comprado pelo Chile, não é possível!
Entra William no lugar de Oscar. Felipão não quer ir pros pênaltis.
Mas depois da bomba na trave do chile, no último minuto da prorrogação, não adianta, vamos para a reta final!

--- Pênaltis

David Luiz!
JULIO CÉSAR!
Com o goleiro no chão, William consegue errar.
JÚLIO CÉSAR!
-Se eu pudesse dar um beijo nesse cara, eu dava - Grita meu pai.
Marcelo.
Chile marca e Hulk é defendido.
Julio César se concentra, mas não defende do chile camisa 20, Tudo fica igual. 2x2.
Menino boleiro Neymar... Corre... Dá uma paradinha... CONVERTE!
Aponta para Júlio César e diz que agora depende dele.
Chile 18 olha fixo... Chuta...
TRAVE! TRAVE! TRAVE! TRAVE!
TRAVE! TRAVE!
   TRAVE!

QUARTAAAAAS!

28 de junho de 2014

Sobre FIFA World Cup Brazil 2014 - 3/7

Crônica atrasada, assim como o gol do Fred.

Estávamos tensos.
O que parecia um jogo tranquilo contra o México, foi um grande sofrimento.
Mas também estávamos tranquilos.
Camarões não tem a tradição e o molejo que a seleção Brasileira tem, e acima de tudo, eles não tem menino boleiro Neymar. A estrela. 
Entra galera em campo, o hino nacional sempre muito emocionante, aos berros a capital treme.
E lá vem Fred... de bigode?
Cristiano Ronaldo já provou que cabelo bonito não faz futebol... Mas será que Fred quer provar que sua força está em seu bigode?
PUTA QUE O PARIU, É O PIOR CAMISA 9 DO BRASIL! FRED!
Gritava todos no vale do Anhangabaú.
Neymar faz gol, e 5 minutos depois Camarões empata.
De que adiantou todo esse futebol arte pra uma coisa dessa me acon... Olha esse menino boleiro Neymar, me vem e me faz outro gol? GOLAÇO!
O segundo tempo chega, e 4 minutos depois o grito muda: PUTA QUE O PARIU, É O MELHOR CAMISA 9 DO BRASIL! FRED!
O jejum finalmente acabou!
Toda aquela sacanagem, aquelas brincadeiras, tudo ali foi descarregado! Fred se redimiu de todo crime que um dia tenha cometido!
Quem levou o time nas costas sai com dor na perna. Justo.
Verdade que não foi apenas ele que marcou, mas nos momentos mais difíceis, Neymar apertou, e converteu naquilo que todos esbravejam. Vai lá menino de ouro boleiro.
E já estava bom, Todo mundo estava feliz ou bêbado, 3x1 é um ótimo sinal. não precisava de mais.
MAS, a seleção estava com fome. Fernandinho estava com fome.
Entrou.
GOL!
Fez mais em 4 minutos do que Paulinho na vida toda.
Pois é, pois é, o orgulho nacional voltou com tudo...

E agora?
CHI-CHI-CHI LE-LE-LE.

20 de junho de 2014

Quando o Menino da Favela Vai na Festa

Quando favelado, menino pobre, vai nas festas de galera rica fica bobo.

Peterson estava assim.

Graças à programas de incentivo acadêmico, para pessoas carentes irem para a faculdade, que conheceu Grace e Flávio. Grace é da zona sul. A mãe é uma perua, todo dia vai pro shopping Iguatemi com seu chiu auau para tomar o chá das cinco. Uma lady. Flavião é um santista roxo da zona norte. 3° a esquerda subindo a Voluntários. Gente boa.

Já Peterson pega trem. Todo dia ele faz tudo sempre igual, e acorda as 6 horas da manhã. Taipas, o lado obscuro de São Paulo. Nem sabe se ali é Caieiras ou se já é a cidade grande, mas a zona oeste treme perante Taipas.

Wellington, amigo chegado de Pete lá da quebrada, levou uma facada na cabeça por causa de pó. 7 pontos na testa. Tá sem beber, só tomando antibiótico.

E foi lá, na sala de ciências contábeis que se conheceram. Pete conheceu Flávio no bar, Grace pedindo cola do razonete na prova de quinta passada. Ela chamou e todos colaram. Pete tava sem dormir, e seus planos era voltar pra casa naquela sexta a noite. Mas mudou de ideia.

Era aniversário da amiga da irmã de uma conhecida de Grace. Ela mora bem, num apêzinho apertado ali na Liberdade. Cada um levava uma bebida e pronto, Pode colar, mas sem arrastar. Bem vindo a festa. Feliz 23 anos.

Tinha nego de todo canto. 

Mano com boné P27, do pagode da 27, lá do Grajauex. As minas da zona leste estavam visivelmente uniformizadas com modelos claramente adquiridos nas lojas de surf do shopping metrô Tatuapé. E óbvio, a galera da gaviões. Playboyzinho ali de Perdizes e Pompéia ostentando Red Label com as patricinhas da Vila Maria: Todas loiras com bota sertaneja. Uma tava implorando pra eles leva-las no show da Maria Cecília e Rodolfo lá no Vila Country. Sem contar os cachorros de Francisco Morato que estavam em todas.

O clima tava pesado. Ou como o estoquista do trabalho do Pete diz: Elas estavam em peso!

Festa estranha com gente esquisita, Pete não tá legal, pede para tomar birita. 

Chegam os três no balcão da cozinha, colocam na pia os três engradados de cerveja, a catuaba e os dois reais de limão que compraram no mercado antes de chegar. A galera entra em delírio. Cada um enche o copo com algo e brindam a noite.

Grace já logo cumprimenta a aniversariante. Fala com os meninos com desdém. Metidinha a italiana, no facebook está: Mora em Roma... Santa paciência.

Flávio chamou para colar com os manos de Pirituba porque o negão de Grace tinha acabado de entrar no recinto. 

O cara era grande. Peito largo e estufado, um braço malhado que ele fazia questão de mostrar com aquela pólo vermelha grudada no corpo. Para dar aquele brilho, uma corrente de aço, e um brinco de diamante na orelha esquerda. Presença, chegou o negão, cheio de paixão, e é só da Grace, só da Grace, só da Grace...

O beijo que ele deu nela fez Peterson se assustar. Na quebrada é feio uma fita dessa. A aniversariante até se assustou. Flávio riu.

Trocaram dois minutos de ideia e foram pro quarto menor. Sumiram.

Apareceu Paolo, bem louco de lança. Disse que já tinha beijado dois. Flávio olhou o relógio e nem meia noite era.

Peterson perguntou das minas, Paolo deu risada, era o que mais tinha ali. Peterson apontou para a hippie ruiva, com botinha e vestidinho floral, cheia de sardinha no rosto. Certeza que deve fazer história na USP. Paolo disse que a conhecia, Flávio deu risada porque ela tinha uma amiga morena. Negona gostosa, exatamente o que Flávio mais gosta. Paolo foi falar com as duas com um olhar malicioso.

Peterson queria um violão, dependia de música. Na quebrada ou você ocupa a mente com coisa boa, ou vai fumar pedra. Peterson aprendeu a tocar violão. Música era tudo pra ele. Peterson pensava música.

Trombaram a galera do skate da Roosevelt e as minas da Mooca. Peterson tomou mais dois copos de soda com vodka e Flávio só ficou na cervejinha mesmo.

Grace sai do quarto descabelada. Dá o celular pra Peterson e diz que se alguém ligar é pra ele atender e dizer que ela está dormindo e que depois liga. Nem esperou a resposta do amigo, e foi correndo pro quarto. Peterson colocou o celular no bolso e esqueceu.

Os meninos nem escutaram, Paolo estava voltando e disse que a ruiva curtiu mesmo o Flávio. Pete podia tentar a morena. Peterson desanimou, fumou um cigarro, e foi pra rodinha das meninas no pé de Paolo e Flávio. Naquela hora, Peterson só pedia a Deus por um pouco de malandragem.

Ana, 23, Tucuruvi, gosta de sambar e é gostosa pra caralho. manda bem na conversa, mas desde o começo deixou claro que não queria nada. Inventou uma ladainha gigantesca. Disse que tava brigada com o namorado que mentiu pra ela dizendo que foi fazer trabalho extra em Taubaté, mas ela sabia que ele estava numa balada em Moema.

A aniversariante ficou tão nervosa quando soube que tinha gente transando no quarto dela, que entrou sem pedir licença. Quando a porta se abriu, Grace estava montada em cima do Negão da hora que solancava a pequena pra cima. A italiana que mora na liberdade ficou vermelha de vergonha, bateu a porta com tudo e gritou um pedido de desculpa. Quase ninguém da sala viu a Grace pelada, mas todo mundo escutou o grito da aniversariante.

Deu cinco minutos o casal estava na cozinha bebendo como se nada tivesse acontecido. Peterson viu que dali não ia tirar nada, e Flávio tava falando na fissura com a ruiva. Foi pra cozinha.

Os dois estavam suados. Grace a ponto de pingar. Não deu nem tempo de Pete perguntar o nome do negão que uma loirinha, uma daquelas da Vila Maria, chegou com força pendurando no pescoço de Pete. Pelo bafo dela já estava pra lá de Bagdá. Whisky que não acaba mais. Começou a dizer que gostava de sertanejo, perguntou se ele sabia dançar, disse que queria mesmo estar na balada, mas já que não tava, ia aproveitar os gatinhos daquela festinha mesmo.

Peterson aproveitou a deixa e a beijou intensamente. Seus peitinhos redondinhos roçavam em Peterson enquanto ela trançava as botas sem rumo. Encaixou ela no armário, e meteu as mãos nas ancas dela. Ela rebolava e dançava. Legitimamente embriagada.

Grace viu, e chamou os dois para irem pro quarto maior, onde tava passando um filme e tinha um pessoal assistindo. Lá dava pra dar uns amassos. O famoso quarto da derrota, depois de um baseado, se joga na cama e dorme. Chacina.

Flávio já estava beijando a ruiva com força. Ana, a morena amiga dela, estava contando o mesmo drama do namorado para outro cara.

Pete e a mina chegaram no quarto, e viram um casal dormindo na cama, e uma garota sentada no canto do quarto. Pete sentou na beirada da cama com a loira, e Grace e o negão já se enfiaram no cantinho, do outro lado da cama onde já não tinha mais campo de visão.

Pete soltou a mão boba e a menina liberou. Perguntou o nome dela, mas a insanidade da cachaça estava tão alta que ela respondeu: Onde as vacas fazem a curva. Ele foi soltando os botões da camisa xadrez dela, e quando vislumbrou o rosa do sutiã trançado dela, entrou o Grego do intercâmbio perguntando da Stella... Quem é Stella?

Ele foi embora, e quando Pete voltou a mão pros seios dela, ela não deixou mais, fechou a blusa e abotoou a camisa, não quis mais beijar ele e começou a prestar atenção na televisão. Pete se revoltou, quase dormiu vendo seriados. A mina dormiu no braço dele, e de repente começa a escutar um chup chup do lado da cama. Olha pro lado, e vê o negão revirando os olhos e a cabeça de Grace entre as pernas dele.

Pete deixou a menina na cama, saiu, e encontrou Flávio sozinho na cozinha com um copo de jurupinga com pouco gelo. Ele disse que tinha pegado a ruiva, e quando ela foi no banheiro pediu o Whatts da morena. Já até marcaram um rolê pro domingo. Os dois riram quando Pete contou que deixou a loirinha dormindo do lado do sexo oral.

Pete foi mijar, e quando estava na fila viu Grace e o negão saindo do banheiro juntos. Quando levantou a tampa do vaso, viu uma poça de esperma do lado do cesto. Enjoou. Saiu correndo pra contar pro Flávio, quando viu ele no mesmo canto da cozinha se despedindo da ruivinha e da morena. Correu, e se enturmou no papo.

Verônica, 24, gaúcha, faz história na USP. Peterson se reprimiu de tesão quando escutou aquele sotaque gostoso da ruiva historiadora.

Ela disse que tinha que ir porque seu namorado estava esperando ela na porta do prédio para busca-la. Nessa até Flávio se assustou. Deram um último beijo e ela desceu as escadas sozinha.

Ana ficou conversando com Flávio limando Pete da conversa. Peteson percebeu que não era bem vindo, e foi procurar Grace, e quando a encontrou, disse que já estava indo embora também, Ela estava indo pra casa dele. O negão era forte, depois de transar em todos os cômodos, ainda tinha mais na casa dele.

Peterson ficou ali parado com as mãos no bolso olhando para os lados. A música era boa, a casa estava cheia e o pessoal animado, mas Pete não estava feliz. Viu que já era quase cinco da manhã, e que já tinha ônibus para ele voltar pra quebrada. Flávio já estava atracado com Aninha. Não conhecia mais ninguém.

Pete tava cansado. Tinha trabalhado pra burro naquela semana, não voltava pra casa já fazia mais de oito dias. Um rolê emenda com outro, que emenda com o trabalho e assim por diante. Não sabia o que era dormir bem à muito tempo. Agradeceu por estar de folga naquele sábado, poderia chegar em casa e dormir até tarde. Longe de casa, há mais de uma semana, dias e dias distante da sua mãe. Resolveu ir embora.

Enquanto saia viu Paolo vomitando pela janela, a aniversariante estava maluca com isso. Deu um abraço forte em Flávio e o lembrou da prova de segunda feira.

Desceu a escada, e viu como a noite estava bonita, decidiu ir andando até a Sé. A cidade estava completamente vazia, toda iluminada com uma leve neblina. Levantou as golas do blusão e saiu fumando seu cigarro pensando na noite boa que teve.

Assustou com o vibrar de um celular que não era seu no bolso. Grace tinha esquecido com ele. No visor estava escrito "mãe". Atendeu e escutou uma senhora sonambula perguntando que horas ela ia chegar em casa. Peterson não disse nada e desligou o celular. Colocou no bolso e pensou que na favela um celular daquele valia mais de 10 pedras. Na segunda ele ia devolver pra Grace.

Cruzou o marco zero na frente da catedral e desceu a escada do metrô.

O caminho era longo de volta pra favela.

18 de junho de 2014

O Segredo das Mulheres Apaixonantes #24 - Fernanda

Até alguns dias atrás eu nem sabia o seu nome. Prósperos são aqueles que te percebem, sentem seu cheiro, vêem seu sorriso imundar de luz o ambiente.

Fernanda.

Gostaria de ser intimo e te chamar de Fernandinha, mas de você nada sei. Sobra para o Babão te ver passar e aplaudir todos teus doces movimentos e manobras.

Lisa, corpo pequeno, se encaixa perfeitamente sobre meu colo, como dois blocos de brinquedos. Carinho sobre sua nuca salivar, desço pelas costas livres e gostosas, sem nenhuma marca aparente.

Queria apenas que você estivesse ciente do quanto eu me esforçaria para te satisfazer. Prazer imundando, como uma tulipa de chopp espumante vazando pelas bordas pois é conteúdo demais para seu pequeno corpo.

Sua mão macia, sempre bem cortada, aparada e pintada. Vaidosa, se cuida bem. Não precisa de muito para ficar bonita. Cheirosa.

Te vejo andando livre com seus leves vestidos monocromáticos de renda artesanais. Em dias mais sérios, salto alto, calça social e blusas de mulher. Fina, luxo.

Fernanda Precisa. É carente.

Ver seu lombo a cavalgar sobre mim, iluminada pela luz. Sobe e desce. Seus seios voluptuosos, na medida da palma correta, seu mamilo rígido a ponto de sublimação. Seu cabelo deslizando sem rumo, e você subindo e descendo, com fome insaciável, para então explodirmos. Te lavar com meu mel por entre as pernas e cair pra trás, respirar, e estar pronto para a próxima.

Gostaria que soubesse do que te dei, estou dando e vou dar. Me tornar dia a dia, dependente de mim. Um vicio frenético, ficar insana pela próxima dose.

Estou aqui Fernanda, basta você olhar.